Como o mês foi super agitado de pautas e nunca se sabe se a Rihanna vai finalmente lançar o Anti (rs), desta vez a nossa tradicional Retrospectiva ficou para a derradeira semana do ano.
Seguindo a lógica de 2013 e 2014, dividimos os principais acontecimentos da cultura pop em 2015 em sete posts, que falarão sobre hits, álbuns, filmes, séries, internet e outros diversos assuntos, começando pelos Melhores Clipes.
Os itens foram escolhidos num acordo entre os três editores do site, Édipo, Felipe e Mauro, mas isso não impede você de discordar das nossas escolhas! A ideia é que os leitores também compartilhem as opiniões e as suas próprias listas de "melhores do ano" nos comentários, tá?
Outro ponto importante é que preferimos, sempre que possível, não repetir a aparição de alguém. Pode ser que aquele artista tenha um vídeo super fodão, mas não apareça na lista de clipes, porque tem um disco ainda mais fodão (podendo aparecer entre os "Melhores Álbuns") ou uma música que tocou pra caramba (talvez esteja em "Maiores Hits"). Ok? Vamos lá!
Namie Amuro - Golden Touch:
"Golden Touch" de Namie Amuro é a prova cabal que uma boa (no caso, ótima) ideia pode fazer um clipe tão bom quanto ou melhor que qualquer grandiosa super produção. Idealizado por Masashi Kawamura, ganhador de diversos Cannes Lions (prêmio de maior importância mundial de profissionais do marketing, comunicação e publicidade), o vídeo requisita que o espectador coloque o dedo no meio da tela. Tudo que acontece a partir daí parece estar sendo feito por quem está assistindo.
Lady Gaga - Til It Happens To You:
Enquanto se dedica à carreira de atriz de TV, Gaga pode não ter lançado muito materiais musicais em 2015. Mas um dos raros, "Til It Happens to You", feita em parceria com produtor Nile Rodgers e a compositora Diane Warren, bastou. O trabalho segue a temática do documentário para o qual foi feito, The Hunting Ground, denunciando diferentes casos de violência sexual. Angustiante sim, mas necessário. A direção foi da cineasta Catherine Hardwicke.
Emicida - Boa Esperança:
Outro clipe forte e importante para provocar discussões é "Boa Esperança" do Emicida. Dirigido por Katia Lund e João Wainer, o polêmico curta mostra a vingança de diversos empregados, em sua maioria negros, depois de muitas humilhações do patrões. O vídeo usa uma situação ficcional extrema para mostrar o racismo explícito e implícito presente sociedade brasileira, que se diz orgulhosa por sua miscigenação, mas na prática ainda mantém muitas coisas de seu passado escravicionista.
Snoop Dogg - So Many Pros:
Snoop Dogg conseguiu provocar orgasmos em dois nichos bem específicos, os designers e os cinéfilos, com o incrível "So Many Pros". Com direção de François Rousselet (dos icônicos "4 Minutes" da Madonna e "D.A.N.C.E." do Justice), a produção traz o rapper, amigos como o Pharrell Williams, e belas modelos protagonizando uma infinidade de pôsteres de filmes animados. Fica o desafio de tentar identificar todas as referências e inspirações.
Florence + The Machine - Delilah:
Escolhemos "Delilah", por ser o último lançado, mas o posto fica para todos os clipes do álbum How Big, How Blue, How Beautiful de Florence + The Machine. As produções compõem uma incrível saga cheia de metáforas a relacionamentos, referências pessoais, religiosas e mitológicas, muita dança e expressão corporal. Vincent Haycock foi o diretor, enquanto Ryan Heffington e Holly Blakey idealizaram as coreografias.
Alagoas - Ghosts:
Talvez o nome menos conhecido da lista é o que tenha o clipe visualmente mais interessante. "Ghosts", da banda folk-pop novaiorquina Alagoas (sim, o nome é inspirado no estado brasileiro), mistura dança, tradições e mitologia indígena com ficção científica e biologia, como uma metáfora histórica. Feito pelo coletivo de design Dvein, o vídeo mostra a chegada de um estranho ser alienígena à uma tribo antiga, onde realiza uma linda, colorida e um pouco aflitiva relação de simbiose.
David Bowie - Blackstar:
David Bowie traz a inerente grandiosidade do título de "cameleão do rock" no clipe da faixa-título de seu próximo CD. Com quase dez minutos e direção de Johan Renck, o músico consegue se autorreferenciar e ainda buscar inspiração na sétima arte (como na cenografia à la Georges Méliès) e na religião e história (com sua própria versão d'Os Santos das Catacumbas, cadáveres venerados nos primórdios da Igreja Católica). Para quem faz parte do culto "bowienista"!
FKA twigs - M3LL155X:
Mais um ano e mais uma vez FKA twigs aparece em nossa lista, agora subindo do oitavo para o terceiro lugar. A própria cantora dirigiu os diversos clipes que formam o seu visual-EP homônimo, juntando-os numa história não muito clara sobre renascimento e nascimento. Há doses homeopáticas de dança, sensualidade, fashionismo e técnicas audiovisuais variadas, com doses cavalares de empoderamento, surrealismo e bizarrice.
New Order - Restless:
A medalha de prata fica para o New Order. Atualmente pode até ser uma banda composta de "tiozões", mas ainda consegue fazer um retrato interessante e inusitado da juventude. "Restless" é uma releitura, aos moldes de Skins, para a lenda do Rei Arthur. A história, que começa com a retirada da espada Excalibur presa à pedra, tem traição, sexo, violência, baladas, uma "Távola Redonda" de junk food e uma atmosfera que caminha entre o fashion e o decadente.
M.I.A. - Borders:
Desde "Born Free", M.I.A. não lançava um clipe tão catártico e politizado. O vídeo expôs de forma metafórica o drama dos refugiados de guerra, num contexto em que islamofobia atingiu níveis gritantes, com a crise migratória da Síria, repórteres passando rasteira em imigrantes e gente responsabilizando todo um povo, pelos atos de um pequeno grupo. Não poderia estar em outro lugar, que não no primeiro de nossa lista, até mesmo porque a própria o dirigiu.
11. Rihanna - Bitch Better Have My Money
12. Submarine - The Shoes
13. Björk - Lionsong
14. Of Monsters and Men - Empire
15. Kendrick Lamar - Alright
16. Rudimental - Never Let You Go
17. Allie X - CATCH
18. Naughty Boy ft. Beyoncé & Arrow Benjamin - Runnin' (Lose It All)
19. Red Velvet - Dumb Dumb
20. Baauer - GoGo!
quedelicianegente.com
"Golden Touch" de Namie Amuro é a prova cabal que uma boa (no caso, ótima) ideia pode fazer um clipe tão bom quanto ou melhor que qualquer grandiosa super produção. Idealizado por Masashi Kawamura, ganhador de diversos Cannes Lions (prêmio de maior importância mundial de profissionais do marketing, comunicação e publicidade), o vídeo requisita que o espectador coloque o dedo no meio da tela. Tudo que acontece a partir daí parece estar sendo feito por quem está assistindo.
Lady Gaga - Til It Happens To You:
Enquanto se dedica à carreira de atriz de TV, Gaga pode não ter lançado muito materiais musicais em 2015. Mas um dos raros, "Til It Happens to You", feita em parceria com produtor Nile Rodgers e a compositora Diane Warren, bastou. O trabalho segue a temática do documentário para o qual foi feito, The Hunting Ground, denunciando diferentes casos de violência sexual. Angustiante sim, mas necessário. A direção foi da cineasta Catherine Hardwicke.
Emicida - Boa Esperança:
Outro clipe forte e importante para provocar discussões é "Boa Esperança" do Emicida. Dirigido por Katia Lund e João Wainer, o polêmico curta mostra a vingança de diversos empregados, em sua maioria negros, depois de muitas humilhações do patrões. O vídeo usa uma situação ficcional extrema para mostrar o racismo explícito e implícito presente sociedade brasileira, que se diz orgulhosa por sua miscigenação, mas na prática ainda mantém muitas coisas de seu passado escravicionista.
Snoop Dogg - So Many Pros:
Snoop Dogg conseguiu provocar orgasmos em dois nichos bem específicos, os designers e os cinéfilos, com o incrível "So Many Pros". Com direção de François Rousselet (dos icônicos "4 Minutes" da Madonna e "D.A.N.C.E." do Justice), a produção traz o rapper, amigos como o Pharrell Williams, e belas modelos protagonizando uma infinidade de pôsteres de filmes animados. Fica o desafio de tentar identificar todas as referências e inspirações.
Florence + The Machine - Delilah:
Escolhemos "Delilah", por ser o último lançado, mas o posto fica para todos os clipes do álbum How Big, How Blue, How Beautiful de Florence + The Machine. As produções compõem uma incrível saga cheia de metáforas a relacionamentos, referências pessoais, religiosas e mitológicas, muita dança e expressão corporal. Vincent Haycock foi o diretor, enquanto Ryan Heffington e Holly Blakey idealizaram as coreografias.
Alagoas - Ghosts:
Talvez o nome menos conhecido da lista é o que tenha o clipe visualmente mais interessante. "Ghosts", da banda folk-pop novaiorquina Alagoas (sim, o nome é inspirado no estado brasileiro), mistura dança, tradições e mitologia indígena com ficção científica e biologia, como uma metáfora histórica. Feito pelo coletivo de design Dvein, o vídeo mostra a chegada de um estranho ser alienígena à uma tribo antiga, onde realiza uma linda, colorida e um pouco aflitiva relação de simbiose.
David Bowie - Blackstar:
David Bowie traz a inerente grandiosidade do título de "cameleão do rock" no clipe da faixa-título de seu próximo CD. Com quase dez minutos e direção de Johan Renck, o músico consegue se autorreferenciar e ainda buscar inspiração na sétima arte (como na cenografia à la Georges Méliès) e na religião e história (com sua própria versão d'Os Santos das Catacumbas, cadáveres venerados nos primórdios da Igreja Católica). Para quem faz parte do culto "bowienista"!
FKA twigs - M3LL155X:
Mais um ano e mais uma vez FKA twigs aparece em nossa lista, agora subindo do oitavo para o terceiro lugar. A própria cantora dirigiu os diversos clipes que formam o seu visual-EP homônimo, juntando-os numa história não muito clara sobre renascimento e nascimento. Há doses homeopáticas de dança, sensualidade, fashionismo e técnicas audiovisuais variadas, com doses cavalares de empoderamento, surrealismo e bizarrice.
New Order - Restless:
A medalha de prata fica para o New Order. Atualmente pode até ser uma banda composta de "tiozões", mas ainda consegue fazer um retrato interessante e inusitado da juventude. "Restless" é uma releitura, aos moldes de Skins, para a lenda do Rei Arthur. A história, que começa com a retirada da espada Excalibur presa à pedra, tem traição, sexo, violência, baladas, uma "Távola Redonda" de junk food e uma atmosfera que caminha entre o fashion e o decadente.
M.I.A. - Borders:
Desde "Born Free", M.I.A. não lançava um clipe tão catártico e politizado. O vídeo expôs de forma metafórica o drama dos refugiados de guerra, num contexto em que islamofobia atingiu níveis gritantes, com a crise migratória da Síria, repórteres passando rasteira em imigrantes e gente responsabilizando todo um povo, pelos atos de um pequeno grupo. Não poderia estar em outro lugar, que não no primeiro de nossa lista, até mesmo porque a própria o dirigiu.
11. Rihanna - Bitch Better Have My Money
12. Submarine - The Shoes
13. Björk - Lionsong
14. Of Monsters and Men - Empire
15. Kendrick Lamar - Alright
16. Rudimental - Never Let You Go
17. Allie X - CATCH
18. Naughty Boy ft. Beyoncé & Arrow Benjamin - Runnin' (Lose It All)
19. Red Velvet - Dumb Dumb
20. Baauer - GoGo!
Adorei a lista!! Além desses, que super achei dignos (Borders da M.I.A de fato é o melhor clipe do ano), também colocaria Ghosttown da Madonna (que foi uma das poucas coisas boas que o Rebel Heart rendeu), Tombei da Karol Conká e Amor Marginal do Johnny Hooker. Tem muitos outros clipes maravilhosos mas eu incluiria mesmo só esses - fora que a lista do QDNG sempre me representa <3 amo! Arrasaram!
ResponderExcluirQue lista perfeita!!!
ResponderExcluirRed Velvet , arrasou...
ResponderExcluirAinda bem que não é a lista dos melhores clipes.
ResponderExcluirTem muita coisa boa por aí, deu até deprê esta lista.
Lista perfeita! Não tinha visto o clipe de Golden Touch. A "falsa" interação até me fez rir sozinho. Prova que escolheram os clipes a dedo. :D
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