Retrospectiva 2015 Pt. 2/7: escolhemos os melhores álbuns e capas de álbuns do ano



Depois de falarmos dos melhores videoclipes ontem, chegou a hora do segundo post da nossa Retrospectiva 2015. Lembrando que nos próximos dias ainda falaremos sobre hits, singles, revelações, filmes, séries e outros assuntos, hein!

Mas o foco aqui são os melhores álbuns do ano, o que torna a matéria a potencialmente mais controversa de todas as demais partes. Discos são quase como times de futebol (eike hétero!), dos quais defendemos nossos favoritos doa a quem doer. Nós tentamos ser imparciais ou, pelo menos, equilibrar nossos gostos pessoais com uma análise da qualidade das produções, vozes, letras e contexto de lançamento na hora da escolha. Mas isso não impede você de falar o seu próprio ranking nos comentários, tá bom?

Além dos discos, também listamos as melhores capas de álbuns, pois é um item importante na hora de vendê-lo ao público.



Misterwives - Our Own House:

Nosso décimo lugar fica para o disco de estreia da banda novaiorquina Misterwives. Com uma sonoridade indie-pop descontraída que poderia facilmente cair apenas nos "hey hos", o grupo consegue surpreender e ainda manter-se radiofônico, em parte pelo uso de instrumentos inusitados, como saxofones e sanfonas, em outra pelo timbre da vocalista, Mandy Lee. Um pérola indispensável aos fãs do gênero.




CHVRCHES - Every Open Eye:

O "fantasma do segundo álbum" assombra todos os artistas, principalmente quando há uma recepção tão positiva para o trabalho de estreia. Esse medo muitas vezes faz com que se mude completamente a sonoridade, outras que se repita a fórmula, usando da máxima "não se mexe em time que está ganhando". A banda escocesa conseguiu achar um meio termo, mantendo-se no seu característico synthpop, mas aparando as arestas, resultando num dos discos mais redondinhos de 2015.



The Weeknd - Beauty Behind The Madness:

Com sua mistura de r&b contemporâneo e hip-hop, o cantor canadense já possuía fãs fieis desde seu disco de estreia, Kiss Land (2013), e das mixtapes que o antecederam, bem como colecionava boas críticas. Mas precisou tornar seu som mais acessível para chamar a atenção do grande público, provando que para isso não é necessário diminuir a sua qualidade. Um grande disco, cheio de hits.




Justin Bieber - Purpose:

Não entrando nos méritos da sucessão de babaquices de Bieber na vida pessoal, ele já mostrou que poderia soar futuramente interessante no álbum anterior. Mas por medo de fazer algo muito distante do que sua fanbase esperava, sua verdadeira evolução teve que esperar um pouco mais. Cercado de bons produtores e colaborações interessantes, o canadense parece ter encontrado sua praia, misturando pop e r&b com tendências musicais atuais, como house e lounge.



Björk - Vulnicura:

Depois de uma álbum tão metálico e técnico como o Biophilia (2011), inspirado no cosmos e minerais, a islandesa surpreende com um trabalho extremamente... humano. A identidade visual e clipes rementem a órgãos, como a genitália feminina. As letras falam de relações pessoais. E a sonoridade, com ênfase nos instrumentos de cordas, referencia a seu repertório e dota tudo de dramaticidade e emoção.




Shamir - Ratchet:

A maioria dos artistas podem ser classificados, rasamente, com uma receita cujos ingredientes são outros que o antecederam. Shamir também pode, mas essa seria digna de final de Masterchef e ainda não o ilustraria completamente. A efusiva mistura de pop, soul, r&b, sintetizadores, instrumentos metálicos, ruídos e, às vezes, a inesperada ausência disso tudo, casa com seus vocais muito próprios, causando um estranhamento inicial, seguido de uma avassaladora paixão.



Adele - 25:

Quem julgou que a maternidade e a cirurgia na garganta poderiam afetar negativamente Adele, lirica e vocalmente, se enganou. O CD demorou quatro anos para sair, mas foi compensado com o equilíbrio. A melancolia e sonoridades que a tornaram famosa estão presentes, mas de forma bem dosada. Tal exatidão, casada à sua leve mas inegável alteração na voz, e maior investimento em soul, tornam o álbum mais cru em alguns momentos e ricamente trabalhado em outros.



Florence + The Machine - How Big, How Blue, How Beautiful:

A fragilidade onírica do Lungs (2009) está lá. A complexidade instrumental e vocal, a atmosfera épica e roupagem dark do Ceremonials (2011) também estão. Mas agora Florence Welch coloca a "sua máquina" para girar ao ritmo do rock ou se dá a liberdade de quebrar toda essa lógica com a simplicidade acústica. Agrada a gregos e troianos.





Kendrick Lamar - To Pimp A Butterfly:

To Pimp A Butterfly é uma obra-prima do hip-hop. Em parte porque, musicalmente falando, não se prende exclusivamente a esse gênero. Kendrick usa estática de rádio e outros ruídos, diálogos e monólogos, ritmos como blues e jazz, criando um som atmosférico, retrô e classudo, enquanto cospe verdades sobre desigualdade racial. Um belo (no sentido de "baita" e de "bonito" mesmo) soco no estômago.




Carly Rae Jepsen - E•MO•TION:

E•MO•TION é a prova de que um artista pode se reinventar. Com uma sonoridade cheia de sintetizadores, idealizada por talentosos produtores e compositores da música alternativa e mainstream, a canadense pode não ter vendido tanto, mas foi aclamada pela crítica especializada. Do 34º da Pitchfork à vice-liderança da Entertainment Weekly, Carly aparece em praticamente todas as listas de melhores discos do ano. Como somos um site pop, nada mais justo do que coroá-lo no topo.



11. Tame Impala - Currents
12. Drake - If You're Reading This It's Too Late
13. Jamie xx - In Colour
14. Madonna - Rebel Heart
15. Alessia Cara - I-Know-It-All
16. Alabama Shakes - Sound and Color
17. Elza Soares - A Mulher do Fim Do Mundo
18. Melanie Martinez - Cry Baby
19. Tove Styrke - Kiddo
20. Grimes - Art Angels



Coeur de Pirate - Roses:

A suavidade dos traços da artista gráfica taiwanesa Hsiao-Ron Cheng leva, neste ano, a prata e o ouro pelas capas de Blue Neighbourhood do Troye Sivan e Roses da Coeur de Pirate. Ilustrações também são o destaque de Grand Romantic de Nate Rues e Get To Heaven do Everything Everything, enquanto M3LL155X da FKA twigs, The Magic Whip do Blur, Vulnicura da Björk, Kindred do Passion Pit, Jackie da Ciara e Rebel Heart da Madonna transpiram iconicidade fotográfica.







11. Tiago Iorc - Troco Likes
12. Kendrick Lamar - To Pimp A Butterfly
13. Scalene - Éter
14. Fall Out Boy - American Beauty/American Psycho
15. Hurts - Surrender
16. Arca - Mutant
17. Melanie Martinez - Cry Baby
18. Disclosure - Caracal
19. Jaloo - #1
20. Snoop Dogg - Bush
quedelicianegente.com