Album reviews: Gotye, Melanie C, M83 e Ladytron


Nas últimas semanas diversos álbuns atingiram a internet de surpresa (ou não) e nem sempre é fácil comentar as coisas no calor dos vazamentos. Então, assim como o Édipo fez nas reviews desse post, lá vai uma compilação rapidinha de resenhas sobre mais vazamentos recentes ou lançamentos que ainda não comentamos por aqui.
Continuando com a praticidade, tem um link para cada disco logo após a "mini-crítica".



Já faz praticamente um mês desde que o álbum Making Mirrors do Gotye foi lançado, mas levando-se em conta a densidade dele, não posso dizer que o ouvi um número suficiente de vezes para entendê-lo por completo.
Sua polifonia agradável e exótica já não cabe mais sob o rótulo simplista "alternativo" e acredito que, neste álbum, a definição rock + reggae + folk caia melhor. Os vocais ensolarados de Gotye apresentam cores mais fortes nesse novo trabalho em comparação com seu anterior, Like Drawing Blood (2006). O clima etéreo e as faixas unicamente instrumentais abrem espaço para o refrão carismático de "Easy Way Out", para a Cee Lo-ística "I Feel Better" e para a transformação vocal robótica de "State of the Art".
Aliás, veja só que demais o clipe dessa última. É o seu single mais recente:

[D/L]



O novo e quinto álbum de Melanie C não chega a ser comparável a oportuna obra prima Nothern Star (1999) seu primeiro trabalho solo. O álbum, que tem melodias gostosas e refrões curtinhos confeccionados para grudar pela repetição, peca apenas pela atmosfera branda que faz com que nenhuma música realmente "salte aos ouvidos". Uma orquestra de cordas vem pra dar um gostinho mais especial e etéreo em algumas faixas.
A coletânea me faz lembrar automaticamente o maravilhoso Flavors of Entanglement de Alanis Morissette que mesclou, pela maestria de Guy Sigsworth, rock, pop e eletronica de maneira única.
Da coletânea de 13 músicas, vale dar uma atenção especial às faixas "Burn", uma faixa bem "pra cima" que combina perfeitamente com seu timbre, "Drown" que parece algo como um dubstep acústico e o single de estréia do álbum "Think About It", que é sem dúvida a melhor faixa do trabalho.
[D/L]


M83 (o projeto eletrônico de Anthony Gonzales) já havia provado antes, principalmente em Saturdays = Youth (2008), sua capacidade de mesclar elementos sintéticos e acústicos com maestria, junto aos vocais característicos e uma produção que reverbera fundo nos ouvidos.
Vou ter apenas que discordar de muitas opiniões da blogosfera para dizer que Hurry Up, We're Dreaming é sim extenso demais. As 22 faixas representam um sonho hype multifacetado cheio de guitarras, baterias e synths strings oitentistas, que viveria bem sem seus momentos mais embaçados como "Wait", "Soon, My Friend" e todos os interlúdios.
As melodias e arranjos mais sólidos e cativantes de "Midnight City", "Reunion", "Claudia Lewis", "Ok Pal" e "Steve McQueen" constituem definitivamente a melhor porção de sonhos do disco duplo.
[D/L]


Se você curtia o electroclash de Witching Hour (2005) e o dream pop de Light & Magic (2001) saiba primeiro que o novo álbum do Ladytron, Gravity The Seducer, apresenta-se mais hipnótico e com uma batida mais branda em comparação com seu hit mais conhecido, "Destroy Everything You Touch".
Como já aconteceu mais timidamente em Velocifero (2008), a sonoridade e produção do trabalho aparece mais doce e esfumaçada, sem a solidez que a banda estabelecia em 2005. Comparações são sempre complicadas, mas podemos dizer que no novo registro eles partem para um approach a la Seventh Tree (Goldfrapp) de suas composições, resultando numa sonoridade mais suave e trippy do que de costume.
Os pontos altos estão nas fofinhas "White Elephant" e "Mirage" e nas mais sombrias "Ambulances", "Melting Ice" e "Ace of Hz". Confira a última no vídeo:


[D/L]
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