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Crítica: “Deadpool” tem liberdade criativa com louvor, mas ainda traz algumas rédeas amarradas
Filmes de superherói basicamente viraram um gênero dentro da indústria hollywoodiana de blockbusters. Um híbrido de ação, aventura, drama e, por um bom número de ocasiões, uma pitada generosa de comédia e romance ganham forma nos músculos de figuras muitas vezes já conhecidas do grande público. Deadpool aparece para bagunçar, mais ou menos, esses rótulos pré-estabelecidos em busca de algo original.
A história não é nada complicada. O mercenário Wade Wilson (Ryan Reynolds) faz seu trabalho até conhecer Vanessa (Morena Baccarin). Sua vida passa a se dividir entre matar caras malvados e cultivar a relação com sua amada. Tudo anda bem até que ele descobre estar com câncer terminal e vai parar em um laboratório comandado por Ajax (Ed Skrein). Wade participa de um projeto que cria mutantes e acaba desconfigurado, mas ganha poderes incríveis de regeneração (até membros crescem do rapaz!). Quando é deixado para morrer, sua motivação é se vingar de Ajax por ter acabado com sua aparência.
O diretor Tim Miller pega esse enredo e consegue imprimir em cada cena o DNA do personagem principal. O filme tem cortes concisos e decisões super acertadas, como deixar as famosas quebras da quarta parede apenas para quando Ryan Reynolds já se considera Deadpool. Wade Wilson não tem essa capacidade e essas escolhas nas sequências dão ainda mais dinamismo para o filme, que trabalha seus 108 minutos sem deixar cair o ritmo hora nenhuma. Toda a estética de quem já conhece o Mercenário Tagarela também está bem colada na produção. A coragem e aposta da Fox de permitir os grafismos de violência aparecerem sem medo contam muito para que essa adaptação não deva nada ao seu material base.
É claro que não é somente a direção que tem força aqui, os roteiristas Rhett Reese e Paul Wernick são as outras duas almas que deram vida para a película (o diretor e Ryan Reynolds completam esse Br'oz de quatro integrantes). A metalinguagem é usada de forma espetacular e certeira. A quebra da quarta parede dentro de uma quebra da quarta parede é um inception que ninguém esperava ver, bem como um controle manual direto em uma das câmeras - os dois ápices dessa brincadeira no filme. Deadpool vai longe e mostra consciência completa do seu contexto: ele sabe que é um personagem de HQ em uma adaptação cinematográfica protagonizada por Ryan Reynolds que já fez o mesmo personagem em X-Men Origens: Wolverine que também é uma produção da Fox que detém os direitos dos X-Men. Para um primeiro longa não tem como ficar melhor do que isso.
É claro que toda essa liberdade criativa não corre solta, porque o mundo não é um lugar perfeito. A inserção de Colossus (Stefan Kapicic) e Míssil Adolescente Megassônico (Brianna Hildebrand) é uma clara amarra do mundo de Deadpool com o universo dos X-Men recém-recomeçado do zero por Bryan Singer. Isso fica ainda mais claro com a informação que temos na última cena pós-crédito - SPOILER!!! - de que Cable fará parte do elenco de Deadpool 2 e que viagem no tempo será um tema explorado no próximo longa. O problema nesses dois personagens de apoio é que eles servem muito mais para esticarem a minutagem do filme, como percebemos nos momentos focados no embate dos mutantes treinados por Xavier contra Pó de Anjo (Gina Carano), assistente de Ajax (personagem essa que inclusive não tem nem desenvolvimento nem fechamento de arco). São os executivos do estúdio falando para os roteiristas e diretor: a liberdade de vocês vai até aonde nosso dinheiro começa.
Além disso tudo, é meio cômico, não no bom sentido, que uma película que deseja e consegue colocar pesos diferentes em todos os gêneros que compõem um filme de superherói tenha uma motivação de personagem tão aquém. E que, no final, salvar o par romântico do protagonistas das mãos do vilão seja o que conclui toda a história. É de se estranhar que toda aquela coragem do enredo tenha sido depositada fortemente em algumas piadas aqui e outras ali, a maioria sobre sexo.
Mesmo com alguns deslizes, Deadpool consegue com folga o título de primeiro blockbuster mais interessante de 2016 (também, né gente, é apenas fevereiro), num contexto parecido com o que foi Kingsman: Serviço Secreto no ano passado. Mas talvez não permaneça neste lugar do pódio com o passar dos meses e das outras estreias, afinal será um ano nerdimente movimentado. A aposta de levar para as telas o anti-herói em sua verdade nua e crua já deu certo, de uma maneira ou de outra. Agora só resta desejar ao mercenário imortal uma vida longa também nos telonas.
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