Crítica: “Thor - O Mundo Sombrio” excede expectativas (não que fossem altas)



Estreou sexta-feira passada a segunda aventura do Deus do Trovão nos cinemas. Thor - O Mundo Sombrio veio para suprir as extremamente baixas expectativas deixadas pelo primeiro capítulo da história.

E como muita gente tava descrente na continuação, o resultado surpreende. O filme começa com um prólogo, didático demais, sobre os Elfos Negros e como eles foram supostamente derrotados por Bor, o avô de Thor. Logo após, vemos como o começo da história se inicia colado com os eventos d'Os Vingadores, com Loki (Tom Hiddleston) levado à prisão de Asgard. Daí, Thor (Chris Hemsworth) precisa levar a paz aos nove reinos, que ficaram em meio ao caos depois da destruição de Bifrost (a ponte do arco-íris). Mas não precisa ficar preocupado, a inserção de noves reinos não desequilibra a história como já havia acontecido.

Com Thor super atarefado (ainda mais depois do reaparecimento dos Elfos Negros), Hemsworth consegue elevar um pouco seu personagem. É como se aqui víssemos ainda outra faceta sua, o que cria uma bela camada de líder ao Deus do Trovão. É verdade que o humor vindo do personagem às vezes parece não acertado, mas nada que o descaracterize. O que fica chato ao que diz respeito ao ator é sua química aguada e desinteressante com Natalie Portman. Isso abre espaço para um roteiro, por vezes, preguiçoso, quando precisa trabalhar a relação dos dois.

Talvez isso tenha acontecido porque foi mais interessante lidar com outra química. Loki e Thor são tão diferentes, que isso pula à tela quando os dois contracenam. E a atuação impecável e segura de Tom Hiddleston deixa a relação ainda mais tangível e gostosa de presenciar. Por mais que pareça clichê dizer, é o ator que rouba praticamente o filme inteiro para si. Deal with it, haters (se é que Hiddleston tem algum).



Só que, claro, não é só por causa de Tom que o longa brilha. Parece desnecessário falar, mas Anthony Hopkins e Rene Russo são coadjuvantes maravilhosos, que nem precisam se esforçar para serem ótimos. Idris Elba, intérprete de Heimdall, também está muito bem em seu papel. Ele, em meio a tantos outros atores de apoio que sequer aparecem direito, faz com que seu personagem se torne interessante.

Do outro lado temos Kat Dennings (como a estagiária), Jonathan Howard (como o estagiário da estagiária) e Stellan Skarsgård (interpretando Dr. Selvig mais uma vez) como âncoras fáceis e sem criatividade. Com cada cena em que aparecem transformada em alívio cômico, fica cansativo esperar pela piadinha que vai vir em seguida. Quase como se fossem um mal necessário. Outro ponto negativo, mas que não envolve os citados, é a resolução dada ao vilão. Quase como Sessão da Tarde inspired. Além disso, também temos o clímax da história, que é até bem resolvido, mas parece ter durado um pouco além da conta.

Thor - O Mundo Sombrio foi repleto de problemas técnicos: teve refilmagem, atores pensando em deixar o longa, divergências entre o diretor Alan Taylor e os produtores. Felizmente, isso fez com que as expectativas do público ficassem bem baixas, mas não comprometeu a qualidade do longa. Se isso for necessário para um bom filme, por favor, fique à vontade, Marvel.


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