Não se deve julgar um livro pela capa...

Nem pela autora, nem pela espessura, nem pelo público alvo... Por nada, além do conteúdo.
Tá, exagero. Se fosse assim iríamos sair lendo livros aleatoriamente, sem se importar se são sobre Culinária, ou Física Quântica. Mas, depois de ler a série abordada nessa crítica, realmente passei a pensar duas vezes antes de descartar um livro pelo que ele aparenta ser.
Tô falando da série “A Mediadora” (The Mediator) da escritora Meg Cabot, sim, a autora de “O Diário da Princesa”!
Comecei a ler o primeiro livro (a série têm 6) sem esperar muita coisa, uma leitura light de férias, sabe? E me surpreendi, são tão bons que ‘engoli’ os seis em duas semanas! Claro, estou falando de ficção para entreter e divertir, não de literatura clássica e pesada pra fazer pensar, ok?
A história é sobre Suzannah Simon, uma garota “normal” de 16 anos, a não ser pelo fato de que, bem, ela vê fantasmas. E usa seu ‘dom’ para ajudar as almas, presas no mundo físico, a seguir em frente (outro ponto positivo: não se prende a nenhuma religião para explicar a morte), o que é chamado de Mediação, por isso o título. Suze, como gosta de ser chamada, se vê obrigada a mudar-se de New York, para a cidade litorânea de Carmel (Califórnia), depois que a mãe viúva se casa novamente, com um cara que têm outros três filhos. A família toda se muda para uma casa velha restaurada que há muito tempo foi uma estalagem. Lá, Suze descobre que seu quarto é assombrado por um fantasma bonitão latino chamado Jesse, que morreu no local há 150 anos, em circunstâncias misteriosas. E é claro, ela tem um amor (quase) platônico por ele... O que é interessante, porque os “Mediadores” além de ver fantasmas, são capazes de tocá-los, senti-los, interagirem, como se tivessem massa física. Na nova cidade, descobre que existe mais gente com os mesmos poderes, entre eles o diretor (e padre) de sua nova escola (católica), onde é claro, também rola aquele climinha “high school norte americano”, normal nas séries teen.
As duas coisas que mais me surpreenderam foram: Primeiro, a trama. Inicialmente os livros parecem abordar histórias isoladas, ainda que seqüenciais, como num seriado de comédia, onde os temas de um episódio não têm, necessariamente, a ver com os de outro. Mas chegando ao fim da série, eles se mostram bem amarrados e interdependentes. O último livro se soluciona de modo incrível.
Segunda coisa: Os personagens. Principalmente a protagonista, que é bem construída, tornando-a quase real. Uma adolescente, que é apaixonada por moda, que é sacana, engraçada, atirada e com os hormônios agitados (vulgo: quase-tarada), mas também inteligente, corajosa, e pronta pra dar um chute no saco de qualquer morto ou vivo engraçadinho que se meta em seu caminho!
Eu só me surpreendo mais com o fato de isso ainda não ter ido para o cinema, funcionaria muito bem. Nunca ouvi um rumor, só sei que a Disney tem os direitos de adaptação. O que, não sei se será legal no formato “quadradinho” dessa produtora. Porque os livros não são nem um pouco inocentes, são quase um “The Gossip/ The O.C./ Skins”, ligeiramente mais leve, com uma dose “fantasmagórica”!

Se interessou? Cada livro custa cerca de R$ 30,00, e todos já estão disponíveis no Brasil. Mas como sou bonzinho, abaixo tem links para download de cada um deles:

1. Terra das Sombras (Shadowland)
2. O Arcano Nove (Ninth Key)
3. Reunião (Reunion)
4. A Hora Mais Sombria (Darkest Hour)
5. Assombrado (Haunted)
6. Crepuscúlo (Twilight)