Beyoncé, Jay-Z e Miguel se posicionam contra os ataques policias a negros nos EUA



A imagem acima é uma obra do Kehinde Wiley (para vê-la na íntegra, clique para aumentar), pintor adepto do movimento Black Lives Matter, que procura empoderar os negros colocando-os em poses de pinturas e esculturas clássicas que não continham a diversidade racial. Este trabalho é baseado e tem o mesmo nome que a escultura "Femme Piquée par un Serpent", onde uma mulher morre ao ser picada por uma serpente. Já aqui, o negro morre ao ser "picado" por um policial.

Em um país ainda com uma ferida aberta devido ao recente ataque à uma boate LGBT em Orlando, paralelamente, o preconceito, neste caso racial, também vem fazendo outras vítimas e gerando indignação com à brutalidade que os policias estão tratando os negros nos EUA.

Nesta semana, houveram mais dois assassinatos de negros por policias e, em ambos os casos, não há explicações plausíveis. Alton Steling, de 37 anos, foi morto na porta de um supermercado onde vendia CDs, enquanto Philand Castile, de 32 anos, morreu ao ser parado por uma blitz no estado de Minnessota. Por isso, vários artistas levantaram suas bandeiras de diferentes formas.

Primeiramente, temos Beyoncé, que já tocou no assunto no seu visual-album Lemonade. Devido aos novos fatos, a cantora escreveu uma carta aberta, que você pode ler traduzida aqui, na qual diz estar cansada da morte de homens e mulheres e que devemos exigir que eles "parem de nos matar". Além disso, num recente show, ela fez um minuto de silêncio e cantou a música "Freedom" enquanto eram exibidos no telão os nomes de diversos negros assassinados por policiais sem causa justa.



Seu marido, Jay-Z, resolveu lançar hoje (8), através do Tidal, a música "Spiritual". Sobre o novo trabalho, o rapper declarou: "Eu fiz esta música há algum tempo e nunca consegui terminá-la. Punch (TDE) me disse que deveria soltá-la quando Mike Brown morreu, infelizmente, eu disse 'essa questão será sempre relevante'. Estou magoado por saber que a morte de Mike não seria a última. Estou triste e desapontado com esta América".

E podemos ver isso em versos como "I am not poison, no I am not poison/ Just a boy from the hood that/ Got my hands in the air/ In despair, don't shoot" (Eu não sou veneno, apenas um moleque da vizinhança que botou as mãos para o alto em desespero, não atire). Ouça:



Quem também lançou música nova em prol dos protestos foi Miguel. "How Many" foi escrita entre às 4 e 7 da manhã de hoje em um hotel de Londres onde está hospedado e promete que vai atualizar a música semanalmente. Mas já sentimos calafrios ao ouvir versos como "how many black lives does it take to wake the change?" (quantas vidas negras serão necessárias para uma mudança?).


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