A liberdade animalesca e ilusória no lindo clipe “Circus” do duo chinês Ma-te Lin



Os clipes animados não são uma novidade. Apesar de serem, quase sempre, opção certa para trazer um visual interessante às faixa, é cada vez mais difícil se reinventar/surpreender dentro do gênero. Nesse quesito, um exemplo bem recente é a banda Yeasayer, que trouxe animações bizarras em "I Am Chemestry" e "Silly Me", mas já temos outro para nos fazer babar: "Circus" do Ma-te Lin.

O vídeo foi lançado a um pouco mais de uma semana, entretanto, só está ganhando relevância na internet agora, devido ao fato do duo ser pouco conhecido no ocidente. O que talvez contribua para isso, é que os trabalhos deles são voltados para causas ambientais de animais - o que não faz muito sucesso em seu país de origem, a China. A preocupação nesse sentido é tão grande, que até preferem ser representados por ilustrações, como essa do início do post, já que eles são humanos e não querem dar essa cara ao projeto.

Sendo assim, todos os clipes e músicas seguem essa vertente, com um electropop minimalista e r&b contemporâneo. Temos "Manchi", que traz a história da personagem que os representa, "Elephant Says" e "Hope POPO", presentes no álbum de estreia Animals In The Room (ouça aqui). Apesar de sua videografia ser bem interessante, o ponto alto mesmo é "Circus".

A história narra a vida de um urso e seus amigos que são maltratados em um circo até que conseguem se "libertar". Entre aspas porque eles acabam se encontrando presos no cotidiano humano - passando a trabalhar e passar por uma rotina desgastante. O resultado não podia ser outro: um dos colegas do urso acaba tentando se suicidar. Trazendo a questão que na verdade a liberdade é ilusória - não só para os animais mas também para os humanos.

O curta animado é produzido por Shao Yong Huang e inteiramente em preto, branco e vermelho, todo noir, aos moldes da fotografia de Sin City. O estilo de animação, em 2D simulando uma espécie de recorte, nos lembra vagamente "Little Talks" do Of Monster and Men - só que sem o fator da interação dos componentes da banda com o desenho. Tudo isso misturado ao estilo de edição, levemente amenizado, característico dos animes. O resultado é LINDO. Confira:


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