Após uma promoção imperdível e de falarmos da relação dos atores com o mundo da música, a Semana Jogos Vorazes abordará algo que todos os fãs da saga gostam: as distopias.
Segundo o dicionário, o termo é o "lugar ou estado imaginário em que se vive em condições de extrema opressão, desespero ou privação; antiutopia". Livros que se enquadram nessa descrição existem há muito tempo, sendo que alguns, como Admirável Mundo Novo (Aldous Huxley, 1932), 1984 (George Orwell, 1949), Eu, Robô (Isaac Asimov, 1950), Fahrenheit 451 (Ray Bradbury, 1953) e Laranja Mecânica (Anthony Burgess, 1962), são extremamente consagrados na literatura.
Mesmo assim, como Harry Potter fez com os livros de fantasia, é inegável o papel que sucesso da trilogia de Suzanne Collins teve no impulsionamento do gênero, reascendendo as vendas de clássicos e encorajando novos escritores na concepção de suas próprias obras.
Esse último caso é o foco da nossa matéria, que lista seis séries para matar a saudade de Jogos Vorazes. Algumas delas até já foram ou irão para as telonas também!
6. O Teste - Joelle Charbonneau:
Não vamos negar, é quase uma mistura exata de elementos saídos de Jogos Vorazes, Divergente e Maze Runner. Mas é uma boa pedida de leitura fácil para ler em, no máximo, uma semana.
A história acompanha Cia Vale, uma jovem de Cinco Lagos, uma das várias colônias em que um mundo pós-apocalíptico foi dividido. No dia de sua formatura, ela é selecionada para participar d'O Teste, um programa elaborado pela Comunidade das Nações Unificadas, que seleciona os melhores e mais brilhantes recém-formados para que se tornem líderes na demorada reconstrução do novo mundo, destruído pelas guerras. O processo, no entanto, é árduo e muito mais perigoso do que se imagina.
5. A Rainha Vermelha - Victoria Aveyard:
Esse é indiretamente ligado a Jogos Vorazes, porque Elizabeth Banks, a intérprete de Effie, foi recentemente escolhida para dirigir a adaptação cinematográfica, anunciada pela Universal Pictures poucos meses depois que o livro foi publicado. A sinopse é a seguinte:
"O mundo de Mare Barrow é dividido pelo sangue: vermelho ou prateado. Os vermelhos são plebeus, destinados a servir uma elite prateada cujos poderes sobrenaturais os tornam quase deuses. A protagonista rouba o que pode para ajudar sua família a sobreviver e não tem esperanças de escapar de sua miserável realidade. Entretanto, numa reviravolta, consegue um emprego no palácio real, onde descobre ter um poder misterioso... Mas como isso é possível, se seu sangue é vermelho? Em meio às intrigas da nobreza, as ações da garota vão desencadear uma dança violenta e fatal, que colocará príncipe contra príncipe e Mare contra seu próprio coração."
4. A Seleção - Kiera Cass:
Outra publicação que encontrará o caminhos dos cinemas pela Warner Bros., que no início do ano anunciou ter comprado seus direitos. Afinal, uma série que já vendeu mais de 3,5 milhões ao redor do mundo, desperta o interesse e deve chamar a atenção tanto do público órfão de distopias, como de um outro atraído pelos demais elementos da trama.
A história, muitas vezes descrita como "um híbrido de Jogos Vorazes e Gossip Girl", é protagonizada por America Singer, uma habitante de Illéa, país onde um dia foi a América do Norte, agora governado por um sistema monárquico que divide a sociedade em castas.
Membra de uma das fatias mais baixas da população, a personagem vê sua vida mudar após ser chamada pra participar d'A Seleção, um desafio entre 35 garotas de todo o país. O prêmio? Se casar com o Príncipe e se tornar a futura rainha. Entre as várias subtramas que se desenrolam nos bastidores do que é um verdadeiro reality-show para manter os súditos sob controle, America precisa lidar com decisões de seu coração e conflitos externos que ameaçam a vida das concorrentes e o futuro do reino.
3. A Ilha dos Dissidentes - Bárbara Morais:
E tem livro de autor brasileiro na lista, sim. Melhor, de autora! Trata-se de Bárbara Morais e a sua Trilogia dos Anômalos. No primeiro volume, A Ilha dos Dissidentes, somos apresentados a um futuro onde a humanidade se dividiu em duas nações, a União e o Império do Sol, que vivem em guerra há anos. Como parte importante nesse jogo bélico, há pessoas que desenvolveram mutações. Seus poderes são utilizados pelo exército, mas a sua liberdade é vigiada de perto pelo governo, que usa na surdina até mesmo crianças.
Os livros tem como protagonista Sybil, uma garota que morava numa zona de guerra, que é levada à uma das cidades especiais em que os mutantes são mantidos, após descobrir ter uma estranha habilidade.
O ponto forte da saga é a riqueza de detalhes - inclusive históricos - da sociedade fictícia criada, que são expostos de maneira bastante gradual e nada cansativa.
2. O Jogo do Exterminador - Orson Scott:
O primeiro livro da série Enderverso é mais antigo e possivelmente o mais influente de todos os listados, embora só tenha ganhado sua adaptação cinematográfica em 2013.
Um tanto controverso na vida pessoal, o escritor Orson Scott tem um talento indiscutível - afinal já ganhou até prêmios literários - conseguindo abordar de forma homogênea e plausível ciência, biologia, filosofia, antropologia e religião, numa história com pano de fundo de ficção-científica espacial, que é densa e introspectiva, mas apaixonante.
A saga possui seis livros principais, lançados espaçadamente desde 1985, do quais quatro foram publicados no Brasil.
1. Gone - Michael Grant:
Dizer que essa é a melhor série das citadas, pode ser meio pretensioso. Mas é, sem dúvidas, a mais viciante e corajosa. A premissa parece uma mistura de Sob A Redoma e The Leftovers e se passa numa pequena cidade litorânea da Califórnia. Um belo dia todos as pessoas com mais de 15 anos desaparecem sem explicações e o local é envolto por um campo de força.
A partir daí instaurado um verdadeiro apocalipse infanto-juvenil, no qual o autor teve o cuidado de abordar TODOS os desdobramentos do evento de forma tangível e utilizá-los como reflexão e crítica à sociedade contemporânea.
O que acontece com as crianças pequenas e bebês sem os cuidados dos adultos? E quando todas as comidas acabarem? O quão violentos podemos ser, mesmo quando crianças, sob pressão? Quem vai colocar ordem nesse caos? Tá tudo lá!
Os personagens são muito bem construídos e, até mesmo aqueles que são brevemente apresentados para morrer nas próximas páginas (spoiler: isso acontece com certa frequência), possuem um background para contextualização. E ainda há discussões sobre intolerância, mutações, distúrbios alimentares e muito mais coisas que não podemos contar para não estragar a surpresa. A série tem seis livros, dos quais cinco já estão disponíveis no Brasil.
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