Laverne Cox estrelará reboot televisivo do clássico “The Rocky Horror Picture Show”



Laverne Cox é uma daquelas personalidades que entram na categoria de entidade por sua força transformadora na história contemporânea. Ela é a primeira mulher transgênera negra a ter um papel importante na grande mídia televisiva, como Sophia em Orange Is The New Black da Netflix, além disso, figurou nas capas das revistas Time e Entertainment Weekly por seu papel cabal no movimento e militância trans.

Os fatos não devem ser menosprezados e trouxeram à luz do senso comum uma identidade há tempos ignorada. E, provando que seu impacto não é tênue e está longe de deixar de persistir, a atriz será agora a antagonista de um grande clássico do cinema, The Rocky Horror Show. Sim, estamos falando de Frank N. Furter, personagem originalmente interpretada por Tim Curry no longa de 1975.

O reboot do icônico musical foi anunciado em abril pela Fox e comemora os 40 anos de sua exibição. Reavivada em 2000 pela Broadway e largamente encenada nas últimas décadas, a história narra uma noite chuvosa em que um casal recém noivado, Brad Majors (Barry Bostwick) e Janet Weiss (Susan Sarandon), precisam buscar ajuda num misterioso castelo, onde encontram um grupo bem singular que comparecerá à Convenção Anual da Transilvânia: Dr. Frank N. Furter, uma "doce travesti de Transsexual, Transilvânia", seu servo Riff Raff, sua irmã Magenta e a groupie Columbia.

O elenco original deu uma entrevista à EW no início do mês e falou sobre a atemporalidade e influência da obra, que refreia o conservadorismo na cultura pop através de uma das mais poderosas armas da arte: o humor. Até aquele momento, não se sabia nada sobre a data ou o elenco do especial feito pela emissora. No entanto, Laverne revelou à mesma publicação diversas informações. O telefilme irá ar em 2016 e será dirigido, coreografado e produzido por Kenny Ortega (de Dirty Dancing - Ritmo Quente e High School Musical ), além de também contar com Gail Berman (Buffy, a Caça-Vampiros ) na produção.

Assim como no filme sensação do último Sundance, Tangerine, uma atriz trans interpretando uma personagem de mesma identidade não é algo comum, mas deveria. Atores héteros e cisgêneros interpretando papéis fora da heterocisnormatividade em grandes filmes, como Eddie Redmayne no já pré-anunciado favorito ao Oscar A Garota Dinamarquesa, é sim significativo e demonstra o interesse de aliados à causa LGBTQ+. Contudo, quando uma pessoa que faz parte de um grupo marginalizado ganha um papel de destaque para representar seus iguais, uma nova conjuntura se concretiza e tem consequências muito mais poderosas, já que a visibilidade é escancarada a quem quiser (e não quiser) ver. Dessa forma, a empatia do público a essa minoria é muito mais autêntica. E, como dizem por aí, o futuro é T. Alguém duvida?
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