“Detroit: Become Human” e “Horizon: Zero Dawn”, games com cativantes heroínas



Em tempos de ENEM, duvidar da necessidade de se discutir sobre feminismo, luta pela igualdade entre os gêneros, é uma ingenuidade. E, assim como na prova, o assunto deve estar inserido em nosso convívio de forma orgânica, inclusive nas coisas que nos divertem. Como no mundo os games, sempre majoritariamente masculino, com raras exceções de personagens femininas como protagonistas e mais raras ainda de forma não sexualizada.

Fazendo uma ilustração quase literal do meme "parece que o jogo virou, não é mesmo?", as produções desse tipo estão ficando mais numerosas, ainda que de forma tímida. É o caso de dois novos jogos da Sony, protagonizados por mulheres poderosíssimas. Ambos ambientados em futuros distópicos e com tramas que envolvem a luta entre humanidade e máquinas, os games para PS4 chamam a atenção pela narrativa bem construída e heroínas cativantes.

O primeiro é Detroit: Become Human. Anunciado ontem pela Quantic Dream, empresa criadora de Heavy Rain e Beyond Two Souls, ainda sem data para chegar ao mercado, o game é baseado numa demo de 2012, se passa na cidade do título num futuro high-tech e acompanha o drama da androide Kara, que destoa de seus iguais por ter ambições humanas. O ponto de partida é a fuga da protagonista do laboratório no qual foi criada e leva a premissa de Eu, Robô (filme de 2004 com Will Smith baseado na coletânea homônima de Isaac Asimov) a outro nível de interação e protagonismo.

Uma curiosidade é que os movimentos de Kara foram captados de Valorie Curry, atriz de The Following, série da qual coincidentemente Shawn Ashmore, que se envolveu num trabalho parecido em Quantum Break, também participou. Confira o trailer:



O segundo é Horizon: Zero Dawn, um dos grandes destaques da feira E3 deste ano. Com lançamento anunciado para 2016, o jogo parece dosar bem a mistura de ação e RPG. Ambientado em um futuro distante no qual a humanidade entrou em colapso e a natureza aparentemente voltou a imperar, encarnamos Aloy, uma caçadora membro de uma das escassas tribos sobreviventes. No entanto, na verdade, seres biomecânicos se encontram no topo da cadeia alimentar. Cansada da subjugação pelas máquinas, nossa heroína está disposta a tudo para mudar essa realidade.

Veja o trailer e segure o fôlego nesse vasto mundo construído com gráficos tão bons quanto os de The Elder Scrolls V: Skyrim ou The Witcher 3: Wild Hunt:



Com narrativas tão boas, será que teremos uma mudança no status do Playstation 4 em relação ao seus concorrentes? Isso é difícil de afirmar. Mas uma coisa é certa, com enredos construídos em torno de heroínas poderosas, inegavelmente em alta na ficção (um beijo para as franquias Jogos Vorazes, Divergente e Mad Max!), ambos os games renderiam ótimas adaptações para os cinema, não é?
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