Possivelmente este será o post mais "polêmico" dos sete que formarão a Retrospectiva 2012 do blog (já tivemos o primeiro,
com os melhores clipes). Isso porque, quando falamos de discos, atingimos diretamente os gostos pessoais, o que vai levar muitos de vocês a perguntar por que o seu artista favorito não se encontra na lista.
Vale lembrar, mais uma vez, que adoraríamos saber o seu top 10. Quanto ao nosso, tentamos, principalmente, fazer uma lista bem diversificada entre
mainstream e alternativo, assim como o próprio blog é. Com certeza alguns dos colocados vão até surpreender (como o 4º, por exemplo).
Marina and The Diamonds - Electra Heart: Com ele, Marina Diamandis ensinou que:
Rule number one - A "maldição do 2º CD" pode estar errada e que é possível sim superar o trabalho anterior;
Rule number two - E você ainda pode fazer isso de uma maneira pop e radiofônica, tornando seu
fandom muito maior. A cantora britânica resolveu fazer muito diferente do
The Family Jewels, chamar produtores
hitmakers, abordar temáticas antes proibidas e, bem, deu TÃO certo que fez o melhor disco do ano. [Escute:
Starring Role]
Lana Del Rey - Born To Die: Lizzy Grant já tentou a sorte na música sob diversos nomes artísticos (daí a quantidade absurda de
unreleaseds que possuí), mas foi como Lana Del Rey que chegou ao estrelato, após o single "
Video Games" ter se tornado um hit entre os indies, e posteriormente ao grande público, no ano passado. Seu disco de estreia (como Lana) não decepcionou, trazendo uma bem dosada mistura sonora e visual de melancolia, sensualidade, luxo, decadência e ares
vintage. [Escute:
Dark Paradise]
Passion Pit - Gossamer: A impressão que
Gossamer passa é de que foi minuciosamente pensado para agradar o público para o qual se dirige. Passeando entre momentos ora épicos, ora intimistas e, na maioria das vezes, alegres e ensolarados, prontos para tocar em
repeat em qualquer festa hipster por aí, o trabalho talvez não soe tão sincero como o de estreia,
Manners (de 2009), mas com tanto cuidado, sem dúvida, o quinteto americano conseguiu alcançar um
masterpiece indie pop. [Escute:
I'll Be Alright]
Taylor Swift - Red: Mesmo que você não goste dela, ou que não goste de sua música, é inegável que Taylor Swift sempre foi talentosa dentro do que se propôs a fazer. E em seu quarto disco,
Red, resolveu arriscar
mas nem tanto, explorando novas sonoridades. Essencialmente pop, o trabalho também traz resquícios do country que a tornou famosa, bem como exploração de folk e, pasme, até dubstep. Esse 4º lugar é, acima de tudo, um voto de confiança para que continue experimentando. [Escute:
The Last Time]
Ellie Goulding - Halcyon: Surgida com uma premissa de um indie pop fofo ao extremo, comprovado em seu álbum de estreia,
Lights (2010), a britânica causou estranhamento ao revelar as primeiras doses de seu segundo CD. Os temores só aumentaram quando ela
começou a namorar o DJ Skrillex que, com todo seu dubstep, poderia ser forte influência no trabalho. Os medos se confirmaram e... Isso foi ótimo! Ellie fez um álbum denso, dark e completamente distinto do antecessor, mas tão bom quanto. [Escute:
Figure 8]
Grimes - Visions: Dar play no
Visions significa iniciar uma viagem psicodélica por uma floresta mágica, cheia de unicórnios robôs e fadas
cyberpunk. Sim, parece meio maluco, mas é extremamente difícil explicar de outra maneira a sonoridade alcançada por Claire Boucher neste CD. Explorando vários gêneros, que vão do synth ao dream pop, e os juntando ao seu exótico timbre, a cantora canadense conseguiu, num único disco, ser experimental e, ao mesmo tempo, acessível. [Escute:
Be a Body (侘寂)]
Two Door Cinema Club - Beacon: Depois de terem feito praticamente uma "
Lisztomania 2.0" com
"What You Know", single do debute
Tourist History (2010), o trio britânico veio com a responsabilidade de superar (ou igualar, pelo menos) o elogiado primeiro trabalho com
Beacon. Conseguiram? Não, por serem indecisos entre a seriedade, vinda da maturidade musical, e a diversão que os tornou famosos. Por incrível que pareça, ainda assim soa coeso e delicioso. Por isso ganha nosso 7º lugar. [Escute:
Sun]
P!nk - The Truth About Love: Com mais de 10 anos de carreira e cinco álbuns de estúdio, ninguém esperava que, no sexto, P!nk fosse surpreender. Claro, sem dúvidas seria um disco bacana, com um ou outro hit, mas não tããão bom! Trazendo músicas divertidas e irônicas, baladas poderosas e, principalmente, ótimas parcerias, a diva do pop rock conseguiu fazer um CD onde todas a faixas são singles em potencial. [Escute:
Just Give Me a Reason]
Fun. - Some Nights:
Formada por Nate Ruess, anteriormente da banda The Format, o Fun. teve um álbum de estreia, o
Aim and Ignite de 2009, tão bom, quanto despercebido (até mesmo pela crítica especializada). Já o segundo,
Some Nights, ganhou a luz do dia
quando o seu primeiro single estava quase no auge de um inesperado sucesso mundial. Numa feliz coincidência, o novo trabalho conseguiu agradar os
poucos fãs antigos e ainda conquistar
muitos novos. [Escute:
Carry On]
Ke$ha - Warrior:
Estigmatizada de autotunada e farofeira (justificavelmente), Ke$ha decidiu utilizar no
Warrior, uma estratégia similar à Taylor Swift em
Red: Correr riscos, mas de maneira segura. Menos plástico, cheio de parcerias e novidades sonoras, o CD é muito mais tragável e abrangente - quanto a públicos - que o
Animal/
Cannibal. Mesmo assim, foi cuidadosamente planejado, por um time de produtores, para te fazer cantarolar por horas ou perder a dignidade
on dancefloor. [Escute:
Love Into the Light]
Menções honrosas: Bonde do Rolê - Tropicalbacanal / Frank Ocean - Channel Orange / G.O.O.D. Music - Cruel Summer / Mumford & Sons - Babel / Muse - The 2nd Law / Regina Spektor - What We Saw From The Cheap Seats / Scissor Sisters - Magic Hour / Sleigh Bells - Reign of Terror / Spector - Enjoy It While It Lasts / The XX - Coexist
Paloma Faith - Fall to Grace: "Capas de álbuns" não é lá uma categoria muito lembrada nas retrospectivas musicais de blogs e sites, mas é uma que fazemos questão de falar, pois aqui no QDNG beleza é sim fundamental (modéstia à parte, o apuro estético com nosso layout e posts que o diga). E, ainda bem, que em 2012, ao contrário de
Nicki Minaj, alguns realmente capricharam em suas capas. Tivemos os que preferiram apelar para fotografias tão belas, que mais parecem pinturas (como o 1º lugar,
Fall to Grace da Paloma Faith, o 3º,
Master of My Make-Believe da Santigold e o 10º,
Born To Die: Paradise Edition da Lana Del Rey). Os que foram para ilustração de fato (como o 2º,
Born and Raised do John Mayer e o 4º,
Yellow & Green do Baroness). E ainda os que preferiram o surrealismo (6º,
Beacon do Two Door Cinema Club e 7º,
Magic Hour do Scissor Sisters, por exemplo). Clicando no 1º lugar e na galeria abaixo, é possível ver os detalhes de cada uma das capas, em alta resolução.
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Menções honrosas: David Byrne & St. Vincent - Love This Giant /
Dragonette - Bodyparts /
G.O.O.D. Music - Cruel Summer /
Jason Mraz - Love is a Four Letter Word /
Led Zeppelin - Celebration Day /
Maroon 5 - Overexposed /
Owl City - The Midsummer Station /
Purity Ring - Shrines /
The Rolling Stones - GRRR! /
The XX - Coexist