
Enquanto trabalha em diversos projetos paralelos, como no roteiro da trilogia cinematográfica Animais Fantásticos e Onde Habitam, J. K. Rowling continua alimentando, de tempos em tempos, o Pottermore.com.
Como devem saber, o site é uma versão digital dos livros da série Harry Potter, onde constam vários conteúdos inéditos. E, conforme o prometido há alguns dias, a autora britânica aproveitou hoje, Halloween, para mais uma leva de materiais: capítulos do 5º livro, A Ordem da Fênix, e novos detalhes sobre o Ministério da Magia, Testrálios, Azkaban, como os bruxos escolhem os nomes dos filhos, Sibila Trelawney e Dolores Umbridge.
Nesse último caso, J.K. escreveu um conto no estilo "perfil", como fez há alguns meses com a cantora bruxa Celestina Warbeck, história, por sua vez, precedida de uma matéria fictícia de Rita Skeeter contando do futuro dos protagonistas, com a Copa Mundial de Quadribol como pano de fundo.
Desta vez, são revelados detalhes do passado e vida - bem como fontes de inspiração para criá-la - da sua personagem mais odiada, nos cinemas vivida por Imelda Staunton. Confira a tradução completa (feita pelo pessoal do fan-site Potterish) clicando em "leia mais".
Aniversário: 26 de agosto
Varinha: Bétula e fibra de coração de dragão, vinte centímetros
Casa de Hogwarts: Sonserina
Habilidades especiais: Sua pena para castigos é sua invenção
Parentesco: Mãe trouxa e pai bruxo
Família: Solteira, sem filhos
Hobbies: Colecionar todos os pratos ornamentais "Felino Feliz", colocar babados em tecidos e em objetos inanimados, inventar instrumentos de tortura
Dolores Joana Umbridge era a mais velha e a única filha de Orford Umbridge, um bruxo, e Ellen Cracknell, uma trouxa, que também tinha um filho aborto. Os pais de Dolores não eram felizes em seu casamento, e ela secretamente desprezava ambos: seu pai por sua falta de ambição (ele nunca foi promovido, e trabalhava no Departamento de Manutenção Mágica no Ministério da Magia) e sua mãe, Ellen, por sua tolice, sujeira e linhagem trouxa. Orford e sua filha culpavam Ellen pela falta de habilidade mágica do irmão de Dolores, sendo que, quando Dolores tinha quinze anos, a família se separou ao meio, com Orford e Dolores ficando juntos, enquanto Ellen voltou ao mundo trouxa com seu filho. Dolores nunca viu seu irmão nem sua mãe novamente, nem nunca os mencionou e, portanto, fingia para todos que conhecia que era uma puro-sangue.
Como bruxa formada, Dolores se juntou ao Ministério da Magia assim que saiu de Hogwarts, conseguindo um emprego como estagiária, um cargo muito baixo na Seção de Controle do Uso Indevido da Magia. Mesmo aos dezessete anos, Dolores era crítica, preconceituosa e sádica, porém, sua atitude cuidadosa, seu jeito meloso com seus superiores, a crueldade e furtividade com os quais ela recebia crédito pelo trabalho alheio logo fez com que fosse promovida. Antes dos trinta anos, Dolores havia sido promovida para Chefe de Seção, e foi apenas um pequeno passo dali para posições ainda mais altas na gerência do Departamento da Execução das Leis da Magia. Nessa época, havia persuadido seu pai a se aposentar cedo, e ao deixá-lo com uma pequena mesada, assegurou-se de que ele saísse de cena. Quando lhe perguntavam (geralmente colegas de trabalho que não gostavam dela) 'você é parente daquele Umbridge que costumava esfregar o chão aqui?' ela punha o sorriso mais doce em seu rosto, ria e negava qualquer relação, dizendo que seu falecido pai havia sido um membro importante da Suprema Corte dos Bruxos. Coisas ruins aconteciam com quem perguntava sobre Orford ou sobre qualquer coisa que Dolores não gostava de falar, assim, aqueles que não queriam contrariá-la fingiam acreditar em sua versão de sua ancestralidade.
Apesar de seus melhores esforços para conquistar um de seus superiores (ela nunca se importou com qual deles fosse, mas sabia que seu próprio status e segurança seriam melhorados com um marido poderoso), Dolores nunca conseguiu se casar. Apesar de valorizarem seu trabalho duro e ambição, aqueles que a conheciam melhor achavam difícil gostar dela. Depois de um copo de xerez doce, Dolores era propensa a mostrar visões bem pouco ortodoxas e até aqueles que eram anti-trouxas ficavam chocados com algumas das sugestões de Dolores, atrás de portas fechadas, do tratamento que a comunidade não-mágica merecia.
Conforme ficou mais velha e rígida, e subiu mais dentro do Ministério, o gosto de Dolores por objetos femininos e infantis ficou cada vez mais pronunciado; seu escritório virou um lugar de babados e enfeites berrantes e ela gostava de qualquer coisa decorada com gatinhos (apesar de achar os reais inconvenientemente bagunceiros). Quando o Ministro da Magia Cornélio Fudge ficou cada vez mais ansioso e paranoico sobre as intenções de Alvo Dumbledore de subjugá-lo, Dolores conseguiu chegar ao próprio coração do poder, ao atingir tanto a vaidade como os medos de Fudge, se apresentando como uma das poucas pessoas em quem ele podia confiar.
O trabalho de Dolores como Inquisidora em Hogwarts deu total liberdade, pela primeira vez em sua vida, para seus preconceitos e crueldade. Ela não havia gostado da época de escola, pois havia sido esquecida em todas as posições de responsabilidade, e adorou a chance de voltar e exercer seu poder sobre aqueles que não tinham (em sua visão) lhe dado o que ela merecia.
Dolores tem fobia de seres que não são parcialmente, ou totalmente, humanos. Seu desgosto pelo meio-gigante Hagrid e seu terror de centauros revelam um horror do desconhecido e do selvagem. Ela é uma pessoa extremamente controladora e todos que questionam sua autoridade e visão de mundo devem, em sua opinião, ser punidos. Ela adora subjugar e humilhar os outros e, exceto em suas alianças, não há muita diferença entre ela e Belatriz Lestrange.
O período de Dolores em Hogwarts acabou desastrosamente, pois ela passou por cima das permissões que Fudge havia lhe concedido, saindo dos limites de sua própria autoridade, levada por um senso fanático de auto-realização. Abalada, porém nada arrependida após o fim catastrófico de sua carreira em Hogwarts, ela retornou para um Ministério que estava em meio ao conflito devido à volta de Lord Voldemort.
Na mudança de regimes que se seguiu à aposentadoria forçada de Fudge, Dolores pôde voltar à sua posição antiga no Ministério. O novo Ministro, Rufo Scrimgeour, tinha problemas mais preocupantes do que Dolores Umbridge. Scrimgeour depois foi punido por esse desvio, porque o fato de o Ministério nunca ter punido Umbridge por seus abusos de poder soou a Harry Potter como a comprovação de sua complacência e descaso. Harry considerou a permanência de Umbridge em seu emprego um sinal da corrupção essencial do Ministério e se recusou a cooperar com o novo Ministro por causa disso (Dolores é a única pessoa, além de Voldemort, a deixar uma cicatriz física permanente em Harry, havendo forçado o garoto a cortar as palavras 'Eu não devo contar mentiras' nas costas de sua própria mão durante as detenções).
Logo estava adorando sua vida no Ministério mais do que nunca. Quando o Ministério foi tomado pelo Ministro fantoche Pio Thicknesse, e infiltrado pelos seguidores de Voldemort, Dolores finalmente mostrou quem era. Julgada corretamente, por Comensais da Morte experientes, que ela tinha muito mais em comum com eles do que já teve com Alvo Dumbledore, ela não só continuou em seu posto como recebeu mais autoridade, tendo se tornado Chefe da Comissão de Registros de Nascidos Trouxas, que efetivamente foi uma corte que prendeu todos os nascidos trouxas sob a acusação de que tinham 'roubado' suas varinhas e sua magia.
Foi enquanto estava no julgamento de outra mulher inocente que Harry Potter finalmente atacou Dolores, no coração do Ministério, e lhe roubou a horcrux que estivera usando.
Com a queda de Lord Voldemort, Dolores Umbridge foi levada a julgamento por sua cooperação entusiasmada com o regime dele, e considerada culpada pela tortura, aprisionamento e morte de várias pessoas (alguns dos nascidos trouxas inocentes que ela sentenciou a Azkaban não sobreviveram à sua provação).
Considerações de J.K Rowling:
Uma vez, há muito tempo, eu estudei uma certa matéria ou habilidade (estou sendo o mais vaga possível, por razões que irão se tornar óbvias) e, ao fazer isso, tive contato com uma professora ou instrutora que não gostei logo de cara.
A mulher em questão retornou minha antipatia com interesse. Por que nos atingimos tão instantânea, apaixonada e (pelo menos no meu lado) irracionalmente, eu honestamente não sei dizer. O que fica na minha mente é o gosto pronunciado dela por acessórios melosos. Eu me lembro com detalhes de uma tiara de lacinho de plástico cor de limão pálido que ela usava em seu cabelo curto encaracolado. Eu costumava ficar olhando esse lacinho, que seria apropriado para uma menina de três anos, como se fosse uma espécie de tumor repulsivo. Ela era uma mulher um pouco grande e não exatamente jovem, a tendência dela de usar babados onde (eu acho) não deveriam estar e de carregar bolsas de mão muito pequenas, de novo como se tivessem sido tiradas de um guarda-roupa infantil, batia, acredito, com uma personalidade que para mim era o oposto de doce, inocente e ingênuo.
Eu sempre tendo a ser um pouco cuidadosa quando falo desses tipos de fontes de inspiração, porque é enfurecedor ser mal compreendida de modos que podem causar muita dor a outras pessoas. Essa mulher NÃO ERA 'a Dolores Umbridge real'. Ela não parecia um sapo, nunca foi sádica nem má comigo nem com mais ninguém e eu nunca a ouvi expressar uma única opinião como a de Dolores Umbridge (de fato, eu nunca a conheci o suficiente para saber muito de suas visões ou preferências, o que torna o fato de eu não gostar dela ainda menos justificável). Porém, é verdade que emprestei dela, de um modo muito exagerado, o gosto pelo meloso e infantil nas roupas, e era daquele lacinho cor de limão de plástico que eu estava me lembrando quando imaginei o ornamento parecido com uma mosca na cabeça de Umbridge.
Percebi mais de uma vez na vida que o gosto pelo meloso pode andar de mãos dadas com uma visão de mundo distintamente radical. Uma vez dividi uma sala com uma mulher que tinha coberto a parede atrás de sua mesa de fotos de gatinhos fofinhos; ela era a mais intolerante e maliciosa defensora da pena de morte com quem eu já tive o azar de dividir uma chaleira. A paixão por tudo que é meloso parece presente onde há falta de conforto real ou caridade.
Então Dolores, que é um dos personagens que eu mais desprezo, se tornou uma amálgama das características tiradas dessas, e de uma variedade de fontes. Seu desejo de controlar, de punir e de infringir dor, tudo no nome da lei e da ordem, são, eu acho, tão repreensíveis quanto o princípio franco de adoração do mal de Lord Voldemort.
Os nomes de Umbridge foram escolhidos a dedo. 'Dolores' significa dor, algo que ela sem dúvidas infringe em todos ao seu redor. 'Umbridge' é uma variação de 'umbrage' da expressão britânica 'to take umbrage', que quer dizer transgressão. Dolores se ofende por qualquer desafio à sua visão de mundo limitada; senti que o sobrenome dela combinava com a pequenez e rigidez de seu caráter. É difícil explicar 'Jane'; me pareceu bom e que combinava entre os dois outros nomes dela.

Update 02/01: Confira também na íntegra o conteúdo referente à prisão de Azkaban (tradução pela página Lord Voldemort no Facebook).
Azkaban já existia desde o século XV e não foi originalmente criada como uma prisão. A ilha no Mar do Norte onde a primeira fortaleza foi construída nunca apareceu em nenhum mapa, bruxo ou trouxa, e acredita-se que ela foi construída ou expandida por meios mágicos.
A fortaleza fora criada originalmente como moradia para um feiticeiro pouco conhecido, chamado Ekrizdis. Evidentemente extremamente poderoso, mas de nacionalidade desconhecida, Ekrizdis que se acredita ter sido louco, era um praticante dos piores tipos de Artes Das Trevas. Sozinho no meio do oceano, ele atraiu, torturou e matou vários marinheiros trouxas, aparentemente por prazer. Somente quando ele morreu e os encantamentos de proteção e ocultamento que ele havia criado desapareceram foi que o Ministério da Magia percebeu que alguma ilha ou prédio existia ali. Todos aqueles que entraram no lugar para investigar recusaram-se a falar o que haviam encontrado lá dentro, mas a parte menos assustadora disso tudo foi que o lugar estava infestado de dementadores.
Muitas autoridades acreditavam que Azkaban era um lugar maligno que deveria ser destruído. Outros estavam com medo do que poderia acontecer com a infestação de dementadores se eles fossem privados de sua moradia. As criaturas eram fortes e impossíveis de matar; muitos temiam uma vingança terrível caso destruíssem o lugar que as criaturas escolheram para morar. As próprias paredes do edifício pareciam mergulhadas em miséria e dor, e os dementadores mostravam-se determinados a manter-se no lugar. Especialistas que estudavam prédios que haviam sido construídos com ou por meio de Magia Negra afirmavam que Azkaban poderia causar sua própria vingança caso tentassem destruí-la. A fortaleza ficou, assim, abandonada por muitos anos, o berço reprodutivo de dementadores.
Uma vez que o Estatuto Internacional de Sigilo havia sido imposto, o Ministério da Magia sentiu que as pequenas prisões bruxas que existiam para cima e para baixo do país espalhadas por várias cidades e vilas representavam um risco para a segurança, porque as tentativas de bruxos e bruxas de escaparem muitas vezes ocasionaram tumultos, fumaça e espetáculos luminosos. Uma prisão projetada em algum lugar remoto das Ilhas Hébridas, que havia sido elaborada na época em que Democles Rowle assumiu o cargo de Ministro da Magia, foi a solução preferida para solucionar os casos de super lotação das prisões.
Rowle era um autoritário que havia subido ao poder com sua política anti-trouxa, capitalizando a raiva sentida por grande parte da comunidade bruxa, por ter sido obrigada a passar à clandestinidade. Sádico por natureza, Rowle desfez todos os planos para a nova prisão de uma vez e decidiu usar Azkaban, ele insistiu que os dementadores eram uma vantagem: eles poderiam ser usados como guardas poupando ao ministério tempo, trabalho e despesa.
Apesar da oposição de muitos assistentes, dentre eles especialistas em ambos, os dementadores e prédios obscuros e malignos como Azkaban, Rowle realizou seu plano, e logo um constante fluxo de prisioneiros passou a ser levado para lá. Ninguém jamais foi liberto. Se eles não fossem loucos ou extremamente perigosos antes de serem colocados em Azkaban, rapidamente se tornariam.
Rowle fora sucedido por Perseus Parkinson, que também era pró-Azkaban. No momento em que Eldritch Diggory tornara-se Ministro da Magia, a prisão já estava funcionando há 15 anos. Não tinha havido fugas e nenhuma violação de segurança. A nova prisão parecia estar funcionando bem. Foi somente quando Diggory decidiu fazer uma visita que ele percebeu como eram as reais condições do lugar, prisioneiros insanos em suas celas imundas e um cemitério gigantesco para acomodar aqueles que havia morrido de desespero.
De volta a Londres, Diggory decidiu estabelecer um comitê para explorar alternativas para Azkaban, ou pelo menos para remover os dementadores como guardas. Especialistas explicaram para ele que a única razão pela qual os dementadores permaneceram confinados em Azkaban era o constante fornecimento de almas das quais eles se alimentavam, se fossem privados dos prisioneiros logo abandonariam a ilha e partiriam para o continente.
Este conselho não o convenceu, Diggory estava tão horrorizado com o que havia presenciado em Azkaban que pressionou o comitê para encontrar alternativas. Antes que pudesse chegar a qualquer decisão, no entanto, Diggory pegou varíola de dragão e morreu. Desde essa época até o advento de Kingsley Shacklebolt, nenhum ministro considerou seriamente a possibilidade de fechar Azkaban. Eles fecharam os olhos para as condições desumanas no interior da fortaleza, permitindo que ela fosse magicamente ampliada e expandida e raramente visitada devido aos efeitos terríveis de se entrar num prédio habitado por milhares de dementadores. A maioria justificou sua atitude apontando o fato de que Azkaban tem um perfeito registro de prisões sem nenhuma fuga, exercendo bem seu papel.
Quase três séculos se passaram antes desse registro ser quebrado. Um jovem foi contrabandeado para fora da prisão quando sua mãe foi visitá-lo e trocou de lugar com ele, uma coisa que os dementadores cegos e sem amor jamais poderiam ter detectado e nem sequer esperavam. Esta fuga foi seguida por outra, ainda mais engenhosa e impressionante, foi quando Sirius Black escapou dos dementadores sozinho.
A fraqueza da prisão foi demonstrada amplamente ao longo dos próximos anos, quando duas fugas em massa ocorreram envolvendo diversos Comensais da Morte. A essa altura os dementadores haviam depositado sua lealdade em Lorde Voldemort, que poderia lhes garantir mais poder e liberdade. Alvo Dumbledore foi um dos que sempre desaprovou o uso de dementadores como guardas, não só por causa de seu tratamento desumano, mas também porque previu uma possível mudança de lealdade de tais criaturas das trevas.
Sob o comando de Kingsley Shacklebolt, Azkaban foi purgada de dementadores, a fortaleza permaneceu sendo utilizada como uma prisão, mas seus guardas agora são Aurores que fazem um rodízio constante com o continente. Não houve nenhuma fuga desde que esse novo sistema foi introduzido.
Considerações de J.K Rowling :
O nome "Azkaban" deriva de uma mistura do nome da prisão de "Alcatraz", que é o que os trouxas tiveram de mais semelhante, sendo localizada em uma olha, e "Abaddon" que é uma palavra hebraica que significa "lugar de destruição" ou "profundezas do inferno".
+ Já que estamos no tema, confira também nosso post especial de Dia das Bruxas, com as 31 bruxas mais icônicas da ficção.
quedelicianegente.com
Nenhum comentário :
Postar um comentário