
Lost pode ter acabado em 2010, mas continua rendendo. Caiu na rede um documento - cuja veracidade foi comprovada pelo site SlashFilm com um dos criadores, Damon Lindelof - detalhando uma versão do seriado que nunca foi ao ar. O .pdf (que pode ser lido na íntegra aqui) é, no entanto, bem esclarecedor.
Datado de maio de 2004, alguns meses antes do primeiro episódio ir ao ar, o documento foi escrito com a ajuda de vários escritores e serviu como uma "carta de intenções", um aval comprovando a longevidade do grandioso projeto, para que o canal ABC topasse realizá-lo.
Porém, depois do piloto ir ao ar e ser um absoluto sucesso, Lindelof e J.J. Abrams ~fizeram a egípcia~ e, na prática, seguiram só algumas das recomendações propostas no papel. E não foram cobrados, afinal continuou dando audiência.
De modo geral, a não-fidelidade ao material foi positiva, do contrário não teríamos conhecido Lost, como ela foi. Mas alguns do planos não cumpridos realmente chegam a chocar e os outros são válidos à título de curiosidade. Confira um resumão:
1. O programa teria um formato auto-conclusivo - recurso geralmente usado nas séries de comédia, que você não precisa ter assistido o episódio anterior, pra entender o atual - e não uma trama horizontalizada. "Sério. Prometemos", dizem Lindelof e J.J. num dos parágrafos.
2. Isso significa que os mistérios apresentados seriam brevemente concluídos e não haveria um "mistério central/final".
3. O mistério do monstro de fumaça, por exemplo, que acabou sendo de suma importância no final, seria solucionado nos primeiros episódios: "O 'monstro' pode ter origens artificiais (...), talvez o resultado de experimentos realizados pelos habitantes anteriores da ilha, ou apenas uma pequena parte de um complexo sistema de segurança (...)".
4. O que acabou acontecendo, de forma mais indireta, é que a série deveria ter vários subgêneros. Tanto a trama central, como os flashbacks, poderiam render episódios que fossem de uma série médica (com a história do Jack, vivido por Matthew Fox), investigação policial (crimes de Kate, interpretada por Evangeline Lilly), jurídico ou drama, extrapolando o campo da aventura e ficção cientifica.
5. Sci-fi alias, deveria ser a cerne das explicações dos mistérios, pois todos eles deveriam ter explicações lógicas "(...) de modo a lembrar os espectadores de que o mundo que estamos vendo é o mundo real".
6. As cenas na ilha foram filmadas no Havaí. Mas ideia inicial, pra baratear os custos, é que a maioria delas fossem feitas em estúdio, numa espécie de "Melrose Place selvagem".
7. Estrelas poderiam ser convidadas para participarem do episódios, desde que o foco permanecesse nos personagens centrais e que o convidado fosse retirado da trama rapidamente.
8. A maioria dos passageiros sobreviventes do vôo 815 desapareceriam, no mais tardar, quarto episódio e não voltariam a aparecer, salve exceções, que teriam o mínimo de memórias de seu desaparecimento.
9. Por fim, algumas outras ideias curiosas ou absurdas são propostas pelo documento: epidemia que aflige todos na ilha, um eclipse que dura dois dias e revela a presença de casulos misteriosos prestes a eclodir, furacão sobre o local e Vincent, o cachorro labrador, que aparecia com a orelha cortada por boca humana numa oportunidade e, em outra, seria alvo de debates morais sobre servir de alimentação, afim de perturbar o já frágil vínculo de Michael (Harold Perrineau Jr.) e seu filho.
Bom, isso é um ponto final definitivo pra quem - assim como nós - odiou a última temporada. Porque, pra início de conversa, os próprios criadores nunca souberam aonde iam chegar.
Nos seus seis anos de exibição, dá pra dizer que Lost é um dos casos em que você curte mais a viagem, que o destino em si. Mas isso não diminui, de jeito nenhum, o fato de que foi um dos programas mais marcantes da TV contemporânea.
Um jeito perfeito de finalizar o post são com as palavras que eles terminam o documento:
quedelicianegente.com
Datado de maio de 2004, alguns meses antes do primeiro episódio ir ao ar, o documento foi escrito com a ajuda de vários escritores e serviu como uma "carta de intenções", um aval comprovando a longevidade do grandioso projeto, para que o canal ABC topasse realizá-lo.
Porém, depois do piloto ir ao ar e ser um absoluto sucesso, Lindelof e J.J. Abrams ~fizeram a egípcia~ e, na prática, seguiram só algumas das recomendações propostas no papel. E não foram cobrados, afinal continuou dando audiência.
De modo geral, a não-fidelidade ao material foi positiva, do contrário não teríamos conhecido Lost, como ela foi. Mas alguns do planos não cumpridos realmente chegam a chocar e os outros são válidos à título de curiosidade. Confira um resumão:
1. O programa teria um formato auto-conclusivo - recurso geralmente usado nas séries de comédia, que você não precisa ter assistido o episódio anterior, pra entender o atual - e não uma trama horizontalizada. "Sério. Prometemos", dizem Lindelof e J.J. num dos parágrafos.
2. Isso significa que os mistérios apresentados seriam brevemente concluídos e não haveria um "mistério central/final".
3. O mistério do monstro de fumaça, por exemplo, que acabou sendo de suma importância no final, seria solucionado nos primeiros episódios: "O 'monstro' pode ter origens artificiais (...), talvez o resultado de experimentos realizados pelos habitantes anteriores da ilha, ou apenas uma pequena parte de um complexo sistema de segurança (...)".
4. O que acabou acontecendo, de forma mais indireta, é que a série deveria ter vários subgêneros. Tanto a trama central, como os flashbacks, poderiam render episódios que fossem de uma série médica (com a história do Jack, vivido por Matthew Fox), investigação policial (crimes de Kate, interpretada por Evangeline Lilly), jurídico ou drama, extrapolando o campo da aventura e ficção cientifica.
5. Sci-fi alias, deveria ser a cerne das explicações dos mistérios, pois todos eles deveriam ter explicações lógicas "(...) de modo a lembrar os espectadores de que o mundo que estamos vendo é o mundo real".
6. As cenas na ilha foram filmadas no Havaí. Mas ideia inicial, pra baratear os custos, é que a maioria delas fossem feitas em estúdio, numa espécie de "Melrose Place selvagem".
7. Estrelas poderiam ser convidadas para participarem do episódios, desde que o foco permanecesse nos personagens centrais e que o convidado fosse retirado da trama rapidamente.
8. A maioria dos passageiros sobreviventes do vôo 815 desapareceriam, no mais tardar, quarto episódio e não voltariam a aparecer, salve exceções, que teriam o mínimo de memórias de seu desaparecimento.
9. Por fim, algumas outras ideias curiosas ou absurdas são propostas pelo documento: epidemia que aflige todos na ilha, um eclipse que dura dois dias e revela a presença de casulos misteriosos prestes a eclodir, furacão sobre o local e Vincent, o cachorro labrador, que aparecia com a orelha cortada por boca humana numa oportunidade e, em outra, seria alvo de debates morais sobre servir de alimentação, afim de perturbar o já frágil vínculo de Michael (Harold Perrineau Jr.) e seu filho.
Bom, isso é um ponto final definitivo pra quem - assim como nós - odiou a última temporada. Porque, pra início de conversa, os próprios criadores nunca souberam aonde iam chegar.
Nos seus seis anos de exibição, dá pra dizer que Lost é um dos casos em que você curte mais a viagem, que o destino em si. Mas isso não diminui, de jeito nenhum, o fato de que foi um dos programas mais marcantes da TV contemporânea.
Um jeito perfeito de finalizar o post são com as palavras que eles terminam o documento:
"Nós realmente acreditamos que Lost é diferente de tudo que já vimos na TV. Dos ambientes incríveis ao elenco único, composto principalmente de caras novas e excitantes (para não mencionar o fato de ser maior que o de qualquer outro no ar), Lost oferece algo para todos: um espetáculo feito sob medida para atrair o público mais amplo possível.Articulado. Assustador. Engraçado. Misterioso. Romântico. Cinematográfico.Esperamos nos perder juntos com Lost."
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