Crítica: “The Mrs. Carter Show” é um convite para entrar no mundo de Beyoncé



Ontem, em Belo Horizonte, Beyoncé fez sua segunda apresentação no Brasil de sua nova turnê. A The Mrs. Carter Show é um espetáculo que tem como objetivo te transportar para o mundo de uma das maiores divas da atualidade.

Como todas as suas apresentações, o show é extremamente grandioso. Se encontramos um pouco de timidez na pirotecnia, a iluminação arrebata com todas as forças qualquer vestígio de acanhamento. Essa força, porém, não é sentida muito bem na abertura, que deve bastante se comparada às de suas outras turnês.

E essa fraqueza se estende um pouco mais quando se trata dos figurinos. Mas, calma, não são todas as trocas de roupa que são ruins. Em "If I Were A Boy", que ganhou uma versão muito boa, o outfit da Senhora Carter não é dos melhores. E ele parece se repetir em "I Care", só que sai o boné usado no começo do show e entra um chapéu de gosto um pouco duvidoso.

Enquanto Queen B não mexe em apresentações que não devem mesmo ser mudadas, como a coreografia de "Crazy In Love" (essa com uma introdução maravilhosa de "Countdown") e as firulas em "Irreplaceable", outras performances tiram o fôlego do público por sua roupagem nova. É o caso de "Naughty Girl", um dos pontos altos. Com uma interlude maravilhosamente bem roteirizada, editada e dirigida, a apresentação de um de seus primeiros seus sucessos faz arrepiar com tanta sensualidade.

Outro destaque vai para "Why Don't You Love Me?". Mesmo que a introdução não seja incrível, a energia de Beyoncé e de seus dançarinos gêmeos (os únicos que são homens dentre sua equipe) é energizante e te contagia de um jeito único. "Grown Woman" também é maravilhosa e te faz imaginar se o visual explorado nas projeções pode ser a cara dessa nova-era que nunca chega.



Em meio a tantas luzes e batidas, existem momentos mais calmos. Em "Flaws And All", a segunda música, Bey já mostra seu alcance vocal e te emociona. O mesmo acontece em "I Miss You". Uma coisa meio um-barzinho-um-vilão, mas "um-barzinho-um-violão" com ela não é nada simples. Ou seja, pode se preparar para soluços.

Com projeções inspiradas na apresentação inesquecível da Billboard Music Awards, mas não com aquela complexidade, e outras toda conceituais, é impossível não se envolver. Contudo, temos que apontar: ok, Beyoncé dança extremamente bem, mas seus dançarinos ainda têm mais vigor do que ela. Mas, ok - novamente - isso é entendível, já que a garota não dubla e, ainda por cima, é super simpática (e todo mundo sabe como ser simpático cansa). Também dá pra ficar um pouco triste por todo o conceito "Maria Antonieta", usado no comercial da turnê, ser explorado de forma fraca.

A The Mrs. Carter Show é um espetáculo que parece eterno. Mesmo com quase nenhum material novo, Beyoncé consegue levar seu público aonde ela quer. Se você não pôde ir a nenhum show, acalme-se. A turnê ainda vai acontecer em São Paulo, no dia 15, e seu fechamento será em Brasília, na próxima segunda-feira. Antes disso, a diva se apresenta essa sexta-feira no Rock In Rio.


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