
Sempre que há continuações cinematográficas costumamos ficar com o pé atrás. Exceto quando as continuações fazem parte de uma saga, estatisticamente, a “parte 2” tende a não atingir a qualidade da primeira película. Esse é, de certa forma, o problema de Motoqueiro Fantasma: Espírito de Vingança.
Na história desse filme, Johnny Blaze (Nicolas Cage) se esconde na Europa para tentar conter a maldição de ser o Motoqueiro. Até que Moreau (Idris Elba) contata-o e diz que pode tirar o demônio que possui o corpo de Blaze. Para que isso aconteça, Johnny tem que proteger Danny Ketch (Fergus Riordan), o filho do Diabo (Ciarán Hinds). Eike Anticristo!

O primeiro filme não foi sucesso de crítica e nem de público, mas decidiram tentar outra vez. O resultado? Insatisfatório. Não é pior que o primeiro longa porque este foi um desastre, ou seja, era bem difícil conseguirem fazer algo pior. Fizeram melhor? Em parte. O saldo conseguido foi de um filme exagerado.
O exagero mais óbvio está na inserção dos efeitos especiais. Um filme, qualquer que seja, não deve ser feito para servir à explosões. Salvo alguns momentos, como a interessante cena de “exorcismo” do Motoqueiro e algumas em que fica claro como seu poder de fogo pode “possuir” outras máquinas e objetos, o filme te faz ficar perdido em meio a tanta fumaça e chamas. Se fosse para sair de casa para assistir uma cena de exorcismo que valha a pena, teria escolhido “A Filha do Mal”.
Outro ponto hiperbólico e cansativo é a direção. Até agora não acredito que Neveldine e Taylor fizeram um trabalho para te dar dor de cabeça. Sim, porque as cenas extremamente fechadas, os closes contínuos e a presença insaciável de câmeras nervosas que não param de balançar cansam seus olhos. A dupla de diretores pode ter feito um ótimo trabalho em Gamer (esse sim, altamente recomendável), mas aqui simplesmente não funcionou. Se o objetivo era mostrar o descontrole interno do Motoqueiro, só conseguiram fazer o público sair mais cedo do cinema.

O roteiro, então, nem se fala. Raso em todos os pontos, não tem essência nenhuma. A história de conflito subjetivo entre o bem e o mal podia ter sido trabalhada de forma muito mais satisfatória. As animações que aparecem pontualmente para explicarem a origem do pacto e do demônio que está dentro de Blaze acrescentam, positivamente, no lado técnico, mas decepcionam na linha narrativa. É como se fosse algo totalmente solto. Ao mesmo tempo em que o roteiro consegue te deliciar um pouco com o lado sádico do Motoqueiro, o desfecho é previsível e broxante.
Motoqueiro Fantasma: Espírito de Vingança é um filme que serve para fazer demonstração de efeitos especiais em todo seu exagero. Vale a pena assistir somente porque estamos no Carnaval e os preços dos cinemas estão promocionais. De outro modo, não custa esperar sair em melhor qualidade para baixar passar na TV.
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