Album reviews: Nicola Roberts, Frankmusik, Demi Lovato e Dev

As últimas semanas foram bastante conturbadas no mundo da música, devido a diversos vazamentos/lançamentos de álbuns. E, mesmo que tivéssemos um blog só de reviews (pelo contrário, somos meio megalomaníacos no quesito 'diversidade de assuntos'), seria impossível falar de todos eles. Mas a gente tenta. E para isso vai aí o primeiro post de 2 (o segundo o Fábio está produzindo), em que comentaremos - brevemente - alguns desses lançamentos.

Ah, pra facilitar a vida de vocês, logo após cada "mini-crítica" tem link para baixar o respectivo disco. ;)

Primeiro vamos falar da Demi Lovato, que estamos acompanhando desde o lançamento de "Skyscraper" (veja os posts de sua tag), o primeiro single, que sucedeu uma má fase terrível, pela qual passou no ano passado.

E tal single, embora legal, não poderia ser usado pra sintetizar o novo trabalho. Até a divulgação das ótimas faixas "All Night Long" (com Missy Elliott e Timbaland) e "Who's That Boy" (com Dev e Ryan Tedder), que antecederam brevemente o vazamento do disco em si, todo mundo imaginava que ele seria meio "deprê", como o primeiro single, e que seguiria a linha pop-rock-AvrilLavinesco do anterior, o Here We Go Again.

E estávamos, felizmente, enganados. Unbroken é um disco bem equilibrado. Claro, ainda há faixas mais down e baladinhas, como "Lightweight", a LINDA "Fix a Heart" e "For the Love of a Daughter". Mas de modo geral é um CD agitado e animado, pop, eletrônico e com quês de r&b.

Em síntese, temos um álbum pop muito bom, com faixas que facilmente seriam top-top nos charts, se não se tratasse de uma cantora saída da Disney, por quem algumas pessoas tem preconceito. Mais ou menos o que aconteceu com Guilty Pleasure de Ashley Tisdale, um dos melhores álbuns pop de 2009, mas completamente ignorado.

[D/L]

Há mais ou menos um ano o mundo pop aguardava ansiosamente o álbum de estreia da Dev, depois de hits como "Like a G6", e tantos outros com a sua participação e a da dupla The Cataracs, que possuem em comum tantas canções, que poderiam formar um "The Devracs" de uma vez...!

Então, há algumas semanas, ele saiu. Alguns, depois de tanta espera, não gostaram, e outros (entre eles eu) adoraram. Isso porque, depois de singles tão "farofa", não dava muita coisa para o CD.

A farofeira ainda está lá, em faixas como "Breathe", "Bass Down Low", "In My Trunk" e "In the Dark". Mas elas vêm salpicadas de outras, que me lembram o Born This Way da Lady Gaga. Antes que reclamem, não tô dizendo que os CDs são parecidos, nem insinuando outras coisas. Apenas exemplificando que Dev também usou de um tipo de 'maximalismo' musical, explorando ritmos quase antagônicos, às vezes na mesma faixa! Exemplos disso: "Getaway", que começa lentinha e termina num rap, em "Me", com backingvocals de ópera, ou em "Perfect Match", que pasmem, têm pianos e violinos!

[D/L]

O aguardado Cinderella’s Eyes da Nicola Roberts é um dos poucos álbuns recentes que não vazaram antes do lançamento (pois é, ele já estava disponível legalmente na Irlanda na sexta-feira). O único resquício de vazamento que envolveu este trabalho solo da girl aloud, foi o clipe do segundo single, "Lucky Day", que teve uma versão não finalizada vazada na rede.

Se naquele momento o título de "Lucky Day" soou irônico, pela falta de sorte, agora, o nome Cinderella’s Eyes (que também é uma faixa do CD) também soa. Afinal, todo mundo sabe que Nicão nunca foi a mais bonita, nem a mais amada da girlband que saiu, o Girls Aloud.

Mesmo sem fada madrinha, nossa Cinderella conseguiu. Não tinha carruagem de abóbora, mas tinha um cabelo desta cor. Não tinha vestido de festa, mas tinha um da Mônica. Não tinha ratinhos, mas foi respaldada por uma série de produtores e compositores fodões, como Diplo e Dimitri Tikovoi. Não tinha sapatinho de cristal, mas tinha talento e uma voz com um timbre inusitadamente maravilhoso.

Deu no que deu. Cinderella’s Eyes é um álbum pop ótimo, com possibilidade de agradar um vasto público, dos que gostam de hits, aos que gostam de indie pop (afinal, no contexto do cenário musical britânico, essas coisas caminham lado a lado).

Minhas (e, pelo que notei, da maioria das pessoas que o escutaram) faixas preferidas são: "Yo-Yo", uma música muito fofa que usa de uma metáfora sobre iô-iô para explicar as indas e vindas de um relacionamento (tipo "Boomerang" do Plain White T's). E "Gladiator", que repete a fórmula do primeiro single, "Beat Of My Drum", ao soar meio "funkeira". Enfim, MUITO AMOR por esse disco!

[D/L]

Por último os cavalheiros, e também o álbum vazado mais recentemente (no caso, ontem), Do It In the AM do Frankmusik.

Devo confessar que temia que o cantor britânico Vincent (seu nome original) sofresse da famosa "maldição do segundo disco". Principalmente depois que se mudou para os EUA e lançou o morno lead single "The Fear Inside", e logo depois o seguinte, que dá o nome ao CD, com participação do grupo Far East Movement.

Em alguns aspectos estava certo. Pode esquecer completamente da fase "cool" do Complete Me (seu primeiro disco), e seu brit-indie-pop com teclados gigantes e três palavrinhas... Frankmusik agora é baladesco, é Ibiza e é MUITO mainstream.

E isso é ruim? Incrivelmente, não. Ele conseguiu fazer um álbum muito bom e extremamente radiofônico, sem soar como, sei lá, LMFAO.

Destaques para as faixas: "No I.D." (que tem a participação de Colette Carr, e já ganhou um clipe ótimo), "No Champagne", "Running" e "Ludicrous".

[D/L]
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