Quem tem Rick Riordan vai à Roma... E ao Egito também.


Atualmente Rick Riordan dispensa apresentações. O cara é mais um daqueles que podemos chamar de "autores celebridades", junto com outros como Stephenie Meyer e Dan Brown, que surgiram depois que o mundo foi tomado por uma febre literária chamada Harry Potter, da J.K. Rowling. Claro, há antecedentes, como Stephen King e Anne Rice, mas depois de HP, aumentou muito mais a frequência de escritores a atingirem o "estrelato" (principalmente numa fase de ideias escassas em Hollywood..).
Pra quem vive completamente alienado a isso, Riordan é o autor da aclamada série Percy Jackson e os Olimpianos, que apresentamos aqui no blog há mais de dois anos, quando nem o filme, que adaptou a história para os cinemas, tinha saído (diga-se de passagem foi a pior adaptação já feita ever, com exceção, talvez, de Dragon Ball).
Desde lá, o escritor já lançou MUITOS livros (falamos de alguns em janeiro), dois dos quais li recentemente e comentarei com vocês.



Começamos com A Pirâmide Vermelha, lançado ano passado, que é o primeiro livro da nova saga, As Crônicas dos Kane. Esqueça todos os deuses gregos. Nessa história quem manda são os egípcios. Embora haja referências no livro a série do "cabeça de alga", encare como um "universo paralelo".
Aqui temos como protagonistas os irmãos, órfãos de mãe, Carter e Sadie Kane. Carter viaja pelo mundo com seu pai, o arqueólogo Dr. Julius Kane, e inveja sua irmã, Sadie, que mora em Londres com seus avós e leva uma vida normal e confortável. Sadie, por sua vez, inveja a vida agitada do irmão, e o tempo integral que passa com o pai, que ela só vê duas vezes por ano. Num desses encontros, Dr. Julius leva seus filhos para o Museu Britânico, com a promessa de que tudo voltará a ser como antes. Lá, após a realização de um misterioso ritual, o arqueólogo desaparece e desperta o mais terrível dos deuses egípcios: Set, que trás consigo uma horda de outros deuses, nada bonzinhos, do além. A partir daí os irmãos, que são praticamente estranhos, precisam juntar forças na busca de seu pai desaparecido, e claro, para salvar toda a civilização. No decorrer do processo, acabam conhecendo melhor, tanto um ao outro, como o passado de sua família, que têm uma ligação ancestral com a Casa da Vida, uma ordem secreta existente desde a época dos faraós.
O título traz toda a eficiência narrativa, já característica de Riordan, em sua maneira ágil e cinematográfica de escrever, que faz com que você fique naquela de "só mais um capítulo, só mais um capítulo...". E isso, uma qualidade do autor, acaba sendo também o único defeito do livro. Tudo acontece/é apresentado de maneira muito rápida, quase "jogada". Além de contar sua história, Riordan precisa apresentar aos leitores uma mitologia completamente desconhecida pela maioria, o que é diferente com Percy Jackson, onde qualquer um que tenha assistido Hércules na TV Cruj, sabe o basicão da mitologia grega (que está bem mais presente na cultura ocidental, de modo geral). Sabe aquelas fases pela qual as crianças passam, de ora gostar de dinossauros, ora de ETs, e coisas assim? Então, tive a minha, lá pelos 10/11 anos, com o Egito, então, modéstia à parte, li o livro tendo um conhecimento prévio da mitologia e 'hierarquia divina' egípcia. E mesmo assim tive essa sensação de estranheza. Imagine então com quem não teve...!



Agora, vamos falar do outro livro, lançado há pouco, O Herói Perdido, de outra série, Os Heróis do Olimpo, que, para todos os efeitos, é uma continuação Percy Jackson e os Olimpianos. E se você acha que depois de cinco livros do Percy (+ O adjacente Os Arquivos do Semideus) o autor não teria mais o que escrever sobre os deuses gregos, você está... Certo. Ok, mais ou menos. É que agora ele passa explorar, de maneira espetacular, o 'lado romano' desses deuses. Por questões históricas, os deuses gregos e romanos são praticamente os mesmos, apenas com mudança de nomes e algumas características de sua "personalidade", por assim dizer.
Na trama, mais uma vez somos levados ao Acampamento Meio-Sangue. Só que agora, os protagonistas são Jason, Piper e Leo. Três personagens muito bem construídos, muito distintos, entre si, e entre o trio da história anterior, Percy, Grover e Annabeth, para que não haja comparações. Aliás, dos três, apenas Annabeth aparece neste livro, pois Percy está desaparecido (por isso o título). Mas o desaparecimento é uma trama à parte, e não é a parte mais importante da história (será na do próximo).
Jason, de certa maneira o protagonista, é um garoto loiro e bonito que certo dia acorda num ônibus cheio de jovens, sendo que um deles, Leo, se diz seu melhor amigo e outra, Piper, se diz sua namorada. A única pista de seu passado a misteriosa tatuagem que tem no braço e uma moeda de ouro, que se mostra imprescindível nas horas de apuro. Piper, é uma menina bela (embora não se arrume), que guarda um segredo: seu pai, um famosos ator, foi sequestrado e a única chance de salvá-lo parece ser traindo seu amigos. E Leo - o melhor personagem do livro - é o típico adolescente desajustado: nerd (se dá super bem com coisas mecânicas), que se dá mal com as meninas, porém é super engraçado, vive fazendo piadinhas e ironizando tudo, e tem um passado macabro, envolvendo um dom (ou maldição?) raro que possui. Após uma profecia, embarcam numa missão de salvamento da deusa Hera e do pai de Piper, e descobrem que só estão lutando contra a ponta do ice berg de uma nova ameaça, muito pior e mais antiga que os Titãs, enfrentados da série anterior.


Um ponto em comum entre os dois livros é uma novidade na narrativa. Todos os livros do Percy são narrados por Percy, por isso temos uma visão geral dos acontecimentos em sua perspectiva. Já em A Pirâmide Vermelha e em O Herói Perdido, os livros são narrados por mais de uma pessoas (por seus protagonistas). O que além de mostrar visões diferentes do mesmo fato, possibilitam abordar diferentes acontecimentos que estão rolando simultaneamente.
A Pirâmide Vermelha (leia o 1º capítulo) e O Herói Perdido (leia o 1º capítulo) já tem continuações lançadas na gringa, sendo elas, respectivamente: O Trono de Fogo (leia o 1º capítulo) e O Filho de Netuno (leia o 1º capítulo), previstos para chegarem no Brasil neste semestre. Além disso, agora no dia 17, será lançado aqui a versão em quadrinhos de O Ladrão de Raios, graphic novel baseada no primeiro livro de Percy Jackson e os Olimpianos (leia o 1º capítulo).
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5 comentários :

  1. Sou muito fã dos livros do Percy Jackson. Rick Riordan é um ator espetacular, adoro a narrativa dele.
    Ainda não tive a oportunidade de ler os livros acima, mas, nos últimos meses tenho visto O Herói Perdido em todas as livrarias que entro. Pelo que percebi tá fazendo sucesso.

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  2. Confesso que nunca me interessei por essas varias sagas de historias de magia adolescentes... só harry potter mesmo que eu gostei de ler. Esse parcy jackson parece melhor que crepusculo, mas ainda acho essas historias-sem ofensas- cliches, certinhas e superficiais demais.

    Uma serie de livros sobre magia que realmente recomendo é As brumas de avalon, explora mais a feitiçaria e seus ritos e sai do obvio.

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  3. Eu acho de longe O Heroi Perdido o melhor livro do Riordan até hoje, o jeito de focar a narrativa cada hora em um dos três ficou muito bom (: E que bom ver mais divulgaçao pro autor, ficou mil vezes melhor o texto do que aqueles em muitos sites "grandes"

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  4. as brumas de avalon é incrivel. sinto saudades da morgana, sério.
    mas a saga, ou sei lá o q, percy jackson é ótima!
    o herói perdido tem um ritmo bem legal, até agora to gostando do livro.
    só n li a piramide vermelha, primeiro vou terminar o herói perdido pra depois lê-lo.

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  5. Os heróis do Olimpo vai ser a melhor série do Rick, certeza.

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